Para realizar o exercício de shadowing digital, escolhi analisar o aplicativo que mais utilizo no meu dia a dia: o DownDog, focado em práticas de yoga. O objetivo foi acompanhar o meu próprio comportamento ao executar uma tarefa simples: escolher e iniciar uma prática.
A seguir, descrevo o passo a passo da minha experiência, mantendo atenção aos pontos de atrito e às percepções de usabilidade.
- Abertura do aplicativo
Ao abrir o DownDog, a primeira ação é selecionar o tempo da prática. Esse passo é simples e bem estruturado, com uma interface clara. Normalmente escolho práticas de 40 a 60 minutos.
- Escolha do tipo de prática
Em seguida, navego pela lista de estilos disponíveis. Entre as opções estão Hatha, Gentle, Vinyasa, alongamentos em pé, pós-treino, yoga na cadeira, yoga somático, yoga nidra e até pilates.
Percebi que, apesar da variedade, acabo sempre retornando ao Hatha, que é o estilo em que me sinto mais segura. No entanto, notei um ponto importante: mesmo com descrições curtas, não é possível prever quais posturas serão utilizadas em cada prática. O usuário precisa confiar no aplicativo sem ter uma visão clara da sequência.
Para quem já conhece yoga, isso não chega a ser um problema. Mas para iniciantes, essa imprevisibilidade pode gerar insegurança.
- Ajustes adicionais
Depois da escolha do estilo, ajusto elementos como:
nivel da prática;
quantidade de instrução por voz;
tempo de transição entre posturas;
tempo de permanência nas posturas;
tipo de música;
intenção da prática (quadril, torções, etc);
Esses ajustes funcionam bem, mas novamente surge a mesma questão: o usuário não tem acesso à sequência que será realizada. A prática completa só é revelada depois de iniciada.
- Observações extraídas do shadowing
Durante o uso, identifiquei três pontos principais.
Primeiro: falta de previsibilidade. Mesmo lendo as descrições das práticas, não é possível saber quais posturas virão.
Segundo: falta de autonomia para quem já tem experiência. Seria útil poder montar a sequência manualmente, escolhendo as posturas.
Terceiro: algumas categorias não são claras para iniciantes. Termos como yoga somático ou yoga nidra não são autoexplicativos.
Conclusão
O DownDog é um aplicativo excelente, mas a experiência do usuário apresenta algumas limitações. O fluxo atual funciona como uma caixa preta: o usuário configura tempo e estilo, mas não sabe exatamente o que encontrará durante a prática.
Isso impacta dois perfis: iniciantes, que podem se sentir inseguros, e praticantes avançados, que gostariam de maior controle e personalização.
Foi justamente essa combinação de ausência de previsibilidade e baixa autonomia que me levou a pensar em possibilidades de redesign, dando origem ao projeto que estou desenvolvendo para o meu portfólio.