Reflexões sobre a Síndrome do Impostor
Por Ricardo Costa Val do Rosario
Você já sentiu que não merecia estar onde está?
Achou que seu sucesso é fruto do acaso ou da sorte e não da sua competência?
Se sim, você não está só. Estudos indicam que até 70% das pessoas vivenciam esse sentimento em algum momento da vida.
Conhecida como Síndrome do Impostor, ela atinge desde estudantes e profissionais em início de carreira até ganhadores do Prêmio Nobel.
Mulheres e pessoas de grupos historicamente marginalizados são ainda mais vulneráveis, em parte, pelos estereótipos que enfrentam.
Quando não for identificada e cuidada, poderá resultar em:
- Burnout,
- Estresse crônico,
- Depressão.
Compartilho uma síntese prática e baseada em evidências sobre essa condição psicológica que tanto afeta nosso desempenho, autoestima e saúde mental.
O que é a Síndrome do Impostor?
É a sensação persistente de que não se é suficientemente competente, mesmo com evidências concretas
de sucesso.
Frequentemente, surge em momentos de transição: um novo emprego, uma promoção ou até mesmo ao
retornar de uma licença.
Os 5 “perfis de impostores”
1. O Perfeccionista – só aceita o sucesso se for impecável.
2. A Superpessoa – tenta se destacar em todas as áreas ao mesmo tempo.
3. O Gênio Natural – espera acertar tudo de primeira.
4. O Solista – evita pedir ajuda, achando que é sinal de fraqueza.
5. O Especialista – mede o próprio valor pelo volume de conhecimento que tem ou acha que deveria ter.
Reconhecer seu padrão ajuda a desconstruir crenças disfuncionais sobre competência e merecimento.
Exemplos de casos reais e lições de aprendizado
Dra. Valerie Young, que cunhou o termo “Síndrome do Impostor”, superou seus bloqueios ao anotar,
diariamente, três conquistas concretas.
Katherine Johnson, matemática da NASA, enfrentou o sentimento de inadequação resolvendo os cálculos
mais desafiadores, e comprovando, a cada dia, seu lugar ali.
Líderes e artistas consagrados relatam ter convivido com a sensação de “ter invadido a própria carreira”.
As 8 Estratégias para lidar com a Síndrome do Impostor
1. Nomeie para domar – diga a si mesmo: “Isso é a síndrome do impostor falando.”
2. Crie um Dossiê de Conquistas – anote e guarde elogios, metas batidas e reconhecimentos.
3. Reformule seu crítico interno – questione os pensamentos automáticos com fatos concretos.
4. Redefina o sucesso – separe suas metas em etapas gerenciáveis e as comemore a cada progresso.
5. Converse com alguém de confiança – ouvir um “eu também” pode ser transformador.
6. Cultive uma mentalidade de crescimento – aprenda com erros e valorize a evolução.
7. Pratique autocompaixão – trate-se com a mesma gentileza que teria com um amigo.
8. Busque apoio profissional – se os sentimentos forem persistentes, psicoterapia pode ser essencial.
Conclusão
- Sentir-se impostor não é sinal de fraqueza, mas sim um fenômeno comum, especialmente entre pessoas
conscientes, exigentes e comprometidas.
- É possível lidar com isso, desenvolver autoconfiança e transformar a dúvida em potência.