Sobre o exemplo do autor do livro e o "complexo de inferioridade", acredito que sim — muitas vezes caímos em armadilhas mentais e autossabotagens. No entanto, é importante ter cuidado e muita delicadeza ao abordar esse tipo de tema, principalmente quando se fala de origem humilde e falta de oportunidades.
No caso do autor, a origem simples e as dificuldades foram vistas como fatores que alimentaram um complexo de inferioridade. Mas, no contexto brasileiro, precisamos considerar que essa realidade de falta de oportunidades não é apenas uma questão de mentalidade — é estrutural. Muitas pessoas realmente não têm acesso às mesmas condições, caminhos ou recursos.
Inclusive, quando ouvimos frases como “todos têm as mesmas 24 horas no dia” (dita no curso inclusive), é fundamental refletir que, na prática, essas 24 horas são vividas de formas muito diferentes. Algumas pessoas enfrentam barreiras reais como deslocamentos longos, dupla jornada, falta de apoio e insegurança.
Por isso, acredito que trazer esse olhar mais sensível e realista com Brasil torna a proposta do curso ainda mais rica. Em muitos casos, o chamado "complexo de inferioridade" pode não ser apenas um bloqueio interno, mas o reflexo de um sistema desigual que precisa ser levado em conta.