Para fomentar um debate sugiro as seguintes questões sobre o assunto do texto.
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1-Como nossa relação intra pessoal influencia na forma como nos comunicamos com os outros?
Nesse contexto teríamos o papel da autoconsciência, auto compaixão e o impacto dos pensamentos automáticos na comunicação.
Nossa comunicação com terceiros recebe grande influência do conjunto de sentimentos, pensamentos, crenças, lembranças e estados emocionais que carregamos dentro de nós( nossa paisagem interna) que pode ser demonstrada por meio de inseguranças, autocrítica e medos se manifestam, muitas vezes, como defesa ou agressividade.
Quando desenvolvemos auto compaixão e escuta interna, ficamos mais abertos a ouvir sem julgar, acolher o outro e expressar nossas necessidades com clareza.
A CNV começa em nós mesmos. Sem empatia interna, é difícil sustentá-la com os outros.
2-De que maneira o nível sistêmico da CNV revela comportamentos que consideramos ‘naturais’, mas que são construções sociais?
Podemos refletir sobre as normas culturais, estruturas institucionais e como elas moldam nossa visão do que é aceitável.
Como exemplo podemos citar a ideia de “educar com palmada”, que hoje ainda é vista por muitos como normal, mas representa uma violência legitimada por normas culturais.
Os sistemas reforçam papéis de gênero, autoridade e punição como inevitáveis , tais premissas são questiona pela CNV. O que chamamos de “natural” muitas vezes é apenas repetido há gerações, e a CNV nos convida a enxergar além disso.
3-É possível romper com sistemas que reproduzem violência simbólica ou estrutural através da CNV? Como?
Sim, adotando estratégias de mudança social, resistência, educação e políticas públicas. Porém exige tempo, consistência e uma abordagem coletiva.
A CNV é uma semente que cresce com práticas concretas em educação, justiça restaurativa, saúde etc. Ela nos ajuda a entrar em situações difíceis sem recorrer à violência verbal, mas sem fugir da verdade ou da firmeza. Ela permite confrontar injustiças, colocar limites e defender nossos valores, só que com clareza e empatia.
Quando flamos de ser empático não é ser permissivo. Usar a CNV não significa dizer “sim” para tudo ou aceitar qualquer comportamento. Na verdade, ela nos dá ferramentas para recusar, discordar e nos posicionar de forma responsável e não agressiva.
A CNV reconhece estruturas de poder e injustiça, também pode ser usada para questionar sistemas opressivos, desigualdades e normas que perpetuam violência simbólica. Isso mostra que ela vai além de uma simples técnica de diálogo; é uma forma de atuação ética e transformadora.
Escutar pessoas em situações de vulnerabilidade e incluir seus saberes é essencial para transformar estruturas.