Viagem bacana no México. Cancún, Play del Carmen, Tulúm, Cirque del Soleul, praias e mar do Caribe, ruínas, muito peixe e tequila. Na ante-véspera de voltar para casa, eu e meu namorado Felipe fomos jantar em um restaurante em Tulúm. Convidamos para ir conosco Jaque e Lia, casal de brasileiros hospedado no mesmo hotel que conhecemos na véspera. Estacionamos o carro alugado quase em frente ao local que queríamos. Restaurante badalado. Na hora de irmos embora, saímos do restaurante em direção ao carro e... onde está o carro!?! Olhamos de um lado para o outro com o intuito de ver algo ou alguém que nos ajudasse. E aí vimos escrito em espanhol no muro ao lado da vaga onde deveria estar o carro, um aviso que era proibido estacionar. E olha que li vários posts sobre onde pode e não pode estacionar no México, que os carros são mesmo guinchados, avisei meu namorado e, mesmo assim, não conseguimos evitar essa emoção. E agora, o que fazer? Pegamos um táxi e fomos até a delegacia de polícia mais próxima. A sorte é que as línguas Português e Espanhol se parecem, porque ia ficar difícil explicar que nosso carro sumiu e queremos ele de volta! Somente meu noivo entrou na delegacia. O policial então indicou para irmos até um depósito de veículos apreendidos. E lá vamos os quatro de táxi, de madrugada, tentar achar esse depósito que nem o taxista da região sabia onde era. Jaque cogitou ir embora para o hotel de táxi, mas Lia disse “Nada disso, viemos juntos e vamos voltar juntos”. A noite estava escura, sem lua, as luzes do farol mostravam deserto e poeira. Pela janela do táxi, eu só enxergava aquelas bolas de mato típicas de filme de faroeste rolando com o vento. Não devia ser só isso, mas, para mim, só tinha isso. A tensão do motorista, os passageiros apreensivos e calados, na minha mente fértil somente via estampada a manchete “Internacional: casais de brasileiros somem no México”. Chegamos no suposto local. Tudo escuro e fechado. Meu namorado desceu e bateu com força no portão de latão. Um senhor apareceu após alguns minutos com cara de que estava dormindo. Felipe explicou que precisávamos retirar o carro. Sorte que o carro era vermelho, bem diferente dos carros convencionalmente alocados). O senhor disse que somente no dia seguinte. Estavam fechados. Meu namorado insistiu. O senhor, então, aquiesceu, e nos informou o valor da multa. Porém, só aceitava pesos mexicanos e tínhamos apenas dólares americanos. Quem nos emprestou os pesos foi Jaque e Lia. Conseguimos retirar o carro, estava tudo em ordem. Jaque não quis aceitar que o pagasse. Por fim, emprestamos o carro no dia seguinte para eles passearem até Chichén Itzá. Ainda bem que passei perto do carro depois que o casal retornou do passeio: deixaram o farol aceso, íamos ficar sem bateria bem no dia do voo de regresso para casa.