Penso que a prática da Comunicação Não Violenta traz nada além de benefícios tanto para os espaços profissionais quanto para nossos relacionamentos pessoais, pois nunca poderemos controlar o que os outros fazem, porém, podemos aprender a lidar melhor com os sentimentos derivados das ações de outrem.
Conforme explanação durante o curso, a real inteligência emocional é desenvolvida quando aprendemos a observar objetivamente os acontecimentos e compreender a raiz dos sentimentos gerados por eles, raiz essa que frequentemente provém de situações não resolvidas ou mal compreendidas e que acabaram se tornando uma espécie de "verdade incontestável" para o indivíduo. "Não gostam de mim", "não me valorizam", "mereço mais do que isso", quando esse tipo de pensamento se torna regular dentro de um ambiente de trabalho é essencial procurar racionalizar o máximo possível o porquê dessas emoções e como solucioná-las externalizando-as de uma maneira não violenta. Acredito que o maior desafio seja justamente transformar os comentários e opiniões alheios em momentos de introspecção de modo que esses não sirvam apenas para minar a autoestima do sujeito afetando o seu desempenho e o clima do ambiente de trabalho. Contudo, não posso deixar de ressaltar que a proposta sobre não terceirizar a culpa é muito mais viável quando a opinião/comentário/ação do outro realmente não foi produto de uma intenção maldosa. Logo, esse é um processo muito mais ardiloso dependendo da qualidade das influências externas e das intencionalidades, todavia, também compreendo que se começarmos a relativizar muito a questão acabamos achando justificativas demais, esquecendo o objetivo da proposta.
Portanto, aprender a observar sem julgamentos, a expressar nossos sentimentos sem transferir a culpa para o outro enquanto reconhecemos a fonte dos nossos comportamentos ajuda na promoção do autoconhecimento, de boas relações interpessoais e de uma cultura baseada no respeito e na honestidade.