Trabalho num órgão público pequeno. A equipe de servidores técnicos é reduzida e a maioria trabalha de forma integrada. Há algumas exceções, algumas pessoas que exibem aquele comportamento estereotipado do funcionário público, mas não é deles que quero falar. Neste órgão, a diretoria muda a cada 2 ou 4 anos. Desde que ingressei, sempre tivemos diretorias que confiavam no trabalho dos servidores técnicos, até porque possuímos um conhecimento dos processos muito grande, pelo tempo em que trabalhamos lá e pelos frequentes cursos que fazemos. Desta forma, conseguimos implementar mudanças significativas nos processos, tornando mais eficientes os serviços que prestamos. Como o Mário falou, confiança está ligada à autonomia e à motivação. Porém, no ano passado, com a entrada de uma nova diretoria, começou uma fase muito negativa para nós. O presidente demonstra claramente que não confia em ninguém. Implementou uma série de controles novos, que são desnecessários e contraproducentes. Chegou a contratar pessoas para ir diariamente às salas apenas para ver se os servidores estão lá (acreditem, é verdade!). Isso gerou uma insatisfação generalizada. Os servidores estão muito desanimados e alguns ficaram doentes ao ponto de precisarem de licença médica para tratamento psiquiátrico! Não conseguimos mais fazer melhorias nos processos, porque ninguém está motivado a investir tempo em nada novo. Por isso, essa aula fez imenso sentido para mim.