As compras públicas são realizadas através de licitações, em regra, podendo ser realizadas por compra direta em algumas situações previstas por lei. As licitações eram realizadas de forma presencial, com a apresentação das propostas em papel, pelas empresas interessadas. De forma muito resumida: os preços das propostas eram comparados e ganhava a empresa que apresentava o menor preço (respeitados os demais requisitos técnicos, jurídicos e legais daquela compra). No início dos anos 2000, surgiu uma nova forma de licitar: o pregão. Neste formato, era possível negociar melhores preços com as empresas, após a apresentação das propostas iniciais. Mas ainda era necessário que as empresas enviassem representantes para participar das sessões públicas presenciais. Em 2005, surgiu o pregão eletrônico, que passou a permitir a participação remota das empresas, com o envio eletrônico dos documentos. Isso aumentou a transparência das compras públicas e ampliou a participação das empresas, que podem participar de qualquer local do país. A partir do ano que vem, por imposição legal, as compras públicas deverão ser feitas prioritariamente de forma eletrônica. A forma presencial, se for utilizada, deverá ser justificada por escrito. Com isso, órgãos públicos de todo o país estão precisando rever seus processos de compras, alterar e capacitar suas equipes de servidores. É uma grande mudança, capitaneada pelos técnicos do ministério do planejamento e pelo Serpro, que tiveram também que se transformar internamente para atender a uma demanda crescente por sistemas informatizados e regulamentações legais, vinda de todos os cantos do país. É também uma oportunidade para empresas de desenvolvimento de software, já que o Brasil possui mais de 5000 municípios. Alguém aqui já conhecia essa realidade?