Numa das empresas que trabalhei nos anos 90 certa vez teve uma total mudança, após um grande incêndio na fábrica. haviam muitos silos (Que eu chamava de feudos) E para abrigar os "desabrigados" do incêndio, todos tiveram que ceder espaço e passar a trabalhar com gente "estranha" no próprio setor. Paralelo a isso, a empresa implantou conceitos de manufatura enxuta criando células de fabricação que tinham mini almoxarifados controlados pelos próprios "peões" com o uso de cartões kanban. Eu fiquei incumbido dos indicadores de desempenho das células, registros, apurações dos dados (pareto e outras ferramentas da qualidade e propostas de tratativas de melhoria ou correção (MASP e etc). Isso foi conseguido com muito treinamento e engajamento de todos para implantação do conceito de "fábrica nova". Foi show! Principalmente por envolver o chão de fábrica e dar-lhes outras responsabilidades e que tiveram muito sucesso nelas.
E quanto a liderança imposta... Num projeto que trabalhei mais recentemente, meu chefe saiu de férias e o gerente de contrato me chamou e disse que ia demiti-lo (Os dois não se bicavam) e que eu acumularia a minha função de coordenação com a dele de gerência. Eu fiquei chateado com a saída dele, e ia ser uma situação nova para mim: Meus colegas passariam a ser meus comandados. Mas tudo deu certo! Continuou cada qual cuidando da sua parte e participando de melhorias conjuntamente. Eu diria que era uma liderança compartilhada, continuávamos juntos por um ideal - entregar o projeto no prazo e sem acidentes. A figura de líder caiu no meu colo, talvez por ser o mais velho e experiente. Mas tenho a certeza que poderia ter sido qualquer um de nós que o resultado não se alteraria: Sempre trabalhamos juntos naquele projeto!