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Entrega no LeSS- Review

Ola gente, eu de novo \o/

No vídeo 4, Entrega no LeSS - Review na altura do time 00:35 o prof menciona a seguinte afirmativa "É uma cerimônia de inspeção e adaptação, de colaboração sobre o produto, não só de aceite pelo(a) PO".

Levando em consideração que os autores do LeSS dizem que LeSS é Scrum. No curso de Scrum, conduzido pelo Prof Frederico (Scrum Parte 6 - aulas 1 a 5) alguns pontos foram apresentados alí que gostaria de contrapor a afirmação acima, para entender até que ponto existe uma flexibilidade do evento ou se o LeSS abre esse espaço.

Pontos trazidos no Scrum sobre a cerimônia Review: 1) Tratamos o CONTROLE da qualidade; 2) Validação e aceite formal do PO em relação as entregas atenderem aos critérios de aceitação e atenderem as definições de pronto acordada previamente;

Eventuais necessidades de alteração, adaptação, correção e melhoria é anotado e discutido em outro ambiente. E qlq situação que ocorra acima vai pra retro para investigar a causa dessa necessidade.

Pontos trazidos na afirmação acima, logo trazido pelo LeSS: 1) Cerimônia de INSPEÇÃO (=controle); 2) e Adaptação ?? 3) e Colaboração ?? 4) não só de Aceite pelo PO ??

Minha dúvida está nos itens 2, 3 e 4 como eles se encaixam no evento da review? Como eles não entram em conflito (se é que entram com a abordagem do scrum no Scrum Parte 6) ou como se complementam? Pois entendo, com esses itens que o LeSS da margem pra flexibilização, se sim, qual é essa flexibilidade?

Eitaaa...ficou grande né? rsrs

Bjuxxx Nati

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Olá, Nathalia! Muito oportuna sua pergunta.

Vamos falar um pouco sobre o espírito da Review nos diversos aspectos do Ágil.

Em princípio, a Review não se destina a testes (controle da qualidade) por parte dos usuários. Isto por duas razões: 1) Supõe-se que esta parte de detectar defeitos já tenha sido feita pela equipe, no sprint, dentro dos preceitos de qualidade na origem e 2) Não há muito tempo para isto na Review.

A Review destina-se, isto sim, à validação da entrega, ou seja, à averiguação se o artefato (livre de defeitos) atende ao negócio conforme foi alinhado. Porém, e aí é que entra a questão do "Inspect & Adapt", à qual o LeSS é simpático (assim como outras abordagens de Ágil Escalado, como o SAFe), a Review pode também ser uma oportunidade a mais de interação entre negócio e equipe de construção para discutir adição de valor. Por exemplo, ao validar uma entrega o PO pode ali ter outra ideia sobre o item e conversar sobre isto com a equipe. Desta forma, a Review não fica só no "aceito ou não aceito" e passa também a ser mais uma oportunidade de discutir sobre features, dado que naquele instante o representante dos usuários está podendo "sentir" o item entregue e aí já ter uma visão melhor, propícia a alterações oportunas ou novas demandas.

Note que estamos aqui falando sobre melhoria das funcionalidades e da consecutiva adição de valor, não do processo (este sim objeto da Retrospectiva).

Outro comentário conceitual: a inspeção não é controle em si. A inspeção é ver o que está acontecendo. Já o controle é o agir. A inspeção propicia o controle, que gera a adaptação (pilares correlacionados visibilidade - inspeção - adaptação).

Espero ter colocado mais luz sobre o tema mas fique inteiramente à vontade para falarmos mais.

Bom Dia, em partes você conseguiu trazer luz sim, em outros momentos me pareceu que você adotou premissas equivocadas:

"a Review não se destina a testes (controle da qualidade) por parte dos usuários. Isto por duas razões: 1) Supõe-se que esta parte de detectar defeitos já tenha sido feita pela equipe, no sprint, dentro dos preceitos de qualidade na origem e 2) Não há muito tempo para isto na Review"

  • Sim. Você está correto, não fazemos testes na Review, e se reler o meu texto você vai ver que em nenhum momento eu abordo a palavra "testes" ou que é o momento dedicado a isso. Então eu entendo que você deve ter se apegado ao termo "Controle de Qualidade" para supor que eu estaria falando sobre testes nesse momento, mas o controle de qualidade é um termo cunhado para medir o padrão de qualidade de acordo com parâmetros técnicos ( no caso, de acordo com critérios de aceite) e essas medidas são controladas de acordo com a ausência de defeitos no produto final (aceito ou não aceito). Outro ponto a ratificar aqui é que a Qualidade ainda passa por outros campos, que é o PLANEJAMENTO dela, conforme vc mencionou com outras palavra : "dentro dos preceitos de qualidade na origem" e o PROCESSO DE QUALIDADE, local onde habitam as ações que mitigam os riscos do produto chegar ao final com qualidade duvidosa, de acordo com minha vivência, é no planejamento que são definidos quais testes serão abordados e é no processo que eles são executados e é no controle que o produto final é validado/averiguado.

No final falamos a mesma coisa, mas não entendi em que momento você subtraiu a interpretação "testes na review".

Já, quando aborda a simpatia do LeSS em relação ao evento, e a oportunidade que ele cria para discutir sobre melhoria e adição de valor ao produto eu entendi, compreendi a proposta e me parece favorável se de fato o foco de todos estiverem destinados a isso "MELHORIA E ADIÇÃO DE VALOR AO PRODUTO", qualquer coisa diferente disso me parece que da margem ao caos rsrsrs

Outra dúvida que agora não consigo resgatar dos vídeos do professor é se esse evento tem Time Box, juro que não to conseguindo lembrar e nas minhas anotações não tem nada :(

Sobre seu comentário conceitual a única parte que, se e permite a audácia de discordar é que "a Inspeção não é o controle em si"..."Controle é o agir".

Controle é inspeção sim, são palavras sinônimas. O Controle/Inspeção, pra mim inclusive é bem passivo, por que eu digo isso? A gestão da qualidade é um sistema que integra o Planejamento, o Processo e o Controle da qualidade, no PLANEJAMENTO você está agindo de maneira preditiva e se antecipando a possíveis situações que aquele produto poderia enfrentar, então considera diferentes cenários para que durante o PROCESSO o produto seja testado, e por fim chega ao CONTROLE de qualidade, onde o dono do produto vai averiguar/validar (uma vez que não participou do processo de qualidade já que sua função não é essa e já que há confiança no time pra que isso ocorra) se a entrega atende aquilo que foi combinado no início da Sprint (e de acordo com os critérios de aceite definidos em cada história) ou seja, esse momento é passivo não é há ação, o PO aceita ou rejeita, os momentos de agir sobre a qualidade são anteriores a esse é no planejamento e no processo. No entanto, sendo esse o momento de controle/inspeção, é o momento propicia um novo conjunto de ações que vão culminar em um novo planejamento, e possivelmente em um novo processo (adaptação), mas o controle não mudará.

Abraços :)

Nathalia, um comentário: na gestão, existe aquela famosa dupla "monitoração e controle". A monitoração consiste em averiguarmos o que está acontecendo (por exemplo, através de sensores que monitoram os sinais vitais de um paciente ou fumaça em uma edificação) e controle consiste em agir com base nestas informações, visando reconquistar uma situação de equilíbrio (injeção automática de droga no paciente, disparo de extintores de incêndio).

Assim sendo, "inspeção" está mais para monitoração, não para controle.

E controle é ativo, não passivo - trata-se de atuação no contexto, para mudar o estado. Por exemplo, quando controlamos uma pandemia ou recolocamos uma aeronave na posição correta, estamos agindo.

Oi Roberto :)

Entendo sua resposta, e você por diversos motivos está correto. Porém acredito, que isso depende do cenário que o profissional está inserido, a exemplo: Um médico que vê através do monitor o ritmo cardíaco declinar (Inspeção) e para controlar a situação age imediatamente utilizando um desfibrilador. Assim como um edifício com detector de fumaça que monitora através de sensores sinais de incêndio e ao detectar, visa controlá-lo adotando uma série de medidas já estabelecidas previamente (protocolo).

Como mencionei anteriormente, acredito muito que a adoção do termo controlar no sentido de agir está diretamente associado ao ambiente que está inserido e a urgência e tempestividade que exige, você trouxe exemplos perfeitos de locais e situações que requerem o uso do verbo transitivo direto "controlar" como AÇÃO e não como monitoração, vigilância ou controle.

Mas daí acho que nossas conversas aqui saíram do campo da gestão de projetos e foram para linguística e semântica rsrs.

Eu entendo o seu ponto e concordo, mas acredito também que os meus sejam válidos pela própria semântica da palavra. Então aqui, não há certo ou errado. Mas o fato é que desde sempre aprendi, sempre ouvi, sempre foram taxativos que em uma REVIEW eu não tenho ação nenhuma, o time não vai corrigir um bug numa review (não vou usar um desfibrilador), o time não vai corrigir a cor de um layout de um front ali na hora pq o PO não aceitou (não vou usar o extintor de incêndio), o time não vai inserir um "campozinho" por que é pequeno e simples de fazer, e aqui o uso do verbo transitivo direto "controlar" é monitoração, vigilância e fiscalização e não como "ação restritiva" ou "contenção";

Volto a dizer, a questão aqui se tornou mais semântica do que qlq outra coisa. Acho que concordamos em discordar.

E mais do que isso, se você realmente acredita que seu posicionamento esteja certo sobre Review não é Controle da Qualidade, então seu esforço já não é mais comigo, passa a ser com a Alura, peça para que revejam o conteúdo dos professores Frederico Aranha, Carol Azevedo e Cecilia Fernandes. Pois tudo o que disse aqui foi extraído da formação da Alura das aulas desses profissionais.

O que me leva a questionar...se esse conceito foi passado errado por esses profissionais, quais outros conceitos que eu aprendi ao longo de quase 200horas de jornada já, eu não assimilei equivocadamente, não é mesmo?

Mais uma vez, obrigada pela interação. Acredito que minhas dúvidas já tenham sido esclarecidas :)

solução!

Olá, Nathalia!

Na Review, o resultado da sprint é apresentado e é feita uma validação (se o que foi entregue adiciona valor). Neste momento, podem surgir novas ideias, que são endereçadas ao Product Backlog ou a discussões posteriores. É neste sentido que se fala de "Inspect & Adapt" na Review - é o espírito de aprender com as estregas e evoluir as futuras, digamos assim.

Quanto á questão da qualidade, existe a dupla "verificação e validação". A verificação ("ver se foi feito certo") deve ocorrer na sprint (qualidade na origem). Já a validação ("ver se o certo foi feito") ocorre na Review. Ou seja, o aspecto de "caçar defeitos" não é o foco da Review, mas sim de analisar a adição de valor de algo em tese funcionando.

Pode acontecer até, Nathalia, de o item entregue na Review estar livre de defeitos e exatamente conforme o que foi solicitado, mas o PO mudar de ideia e pedir para jogar fora ou refazer (porque o negócio mudou, porque surgiu uma ideia melhor etc.). Isto é válido e distinto de aspetos de qualidade de conformidade.

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