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[Dúvida] Alguém me explica por favor o que é QA?

Pessoal, tudo bem?

Gostaria que alguém me explicasse o que seria QA (Quality Assurance), na verdade eu sei que isso é "garantia de qualidade", mas gostaria que alguém explicasse detalhadamente o que a profissão faz? Os programas que os testadores usam, o que cada programa faz, se isso envolve programação (seja direta ou por script's) ou só operação, se existe por exemplo algum selo de qualidade ou normas...e mais coisas se vocês souberem..

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Olá estudante!

  1. Objetivo do QA (na prática)
    QA é responsável por assegurar que um produto de software atenda requisitos e expectativas de qualidade e não só “achar bugs”, mas prevenir problemas, definir processos e garantir que entregas sejam confiáveis, usáveis e seguras.
    Em equipes modernas o papel pode variar: desde testador manual tradicional até engenheiro de automação (SDET) que escreve código de teste.
    Atividades típicas do dia a dia:
  • Entender requisitos e critérios de aceite.
  • Planejar estratégia de testes (o que testar, quando, como).
  • Escrever e executar test cases / roteiros de teste.
  • Automatizar testes (quando aplicável).
  • Reportar, priorizar e acompanhar bugs (triagem).
  • Participar de refinamentos/sprints, revisar mudanças.
  • Criar / manter ambientes de teste e dados.
  • Medir qualidade (KPIs: cobertura, pass rate, MTTR, etc.).
  • Trabalhar com CI/CD para rodar testes automaticamente.
  1. Tipos e níveis de teste (resumo prático)
    Níveis
  • Unit (unidade) — desenvolvedor geralmente escreve.
  • Integration — componentes/serviços conversando.
  • System — sistema completo.
  • Acceptance — validado pelo cliente/PO.

Tipos

  • Funcional (o que o sistema deve fazer).
  • Regressão (garantir que mudanças não quebrem).
  • Performance / Load / Stress.
  • Segurança (vulnerabilidades).
  • Usabilidade / UX.
  • Compatibilidade (browsers, dispositivos).
  • Acessibilidade (WCAG).
  • Testes exploratórios / ad-hoc.
  1. Ferramentas comuns e o que cada uma faz
    Vou agrupar por propósito.
    Gestão de bugs / requisitos / tarefas
  • Jira — rastreamento de issues, sprints, integração com pipelines.
  • Azure DevOps, YouTrack, Trello — variações/alternativas.

Gerência de casos de teste / documentação

  • TestRail, qTest, Zephyr — criar/organizar casos, matrizes de cobertura, relatórios.
  • Algumas equipes usam planilhas (Google Sheets) em times menores.

Automação de UI / Web

  • Selenium (WebDriver) — automação browser cross-browser (muito usado).
  • Cypress — foco em testes front-end modernos (rápido, JS).
  • Playwright — automação moderna suportando múltiplos browsers.
  • Puppeteer — headless Chrome com JS/TS.

Automação de mobile

  • Appium — automação cross-platform (iOS/Android).
  • Espresso (Android), XCUITest (iOS) — frameworks nativos.

Testes de API

  • Postman — testes manuais e coleções que podem ser automatizadas.
  • REST-assured (Java), pytest + requests (Python) — frameworks para automação de API.

CI / Execução automatizada

  • Jenkins, GitHub Actions, GitLab CI, CircleCI — rodar suites de testes automaticamente em pipelines.

Relatórios e integração

  • Allure, ExtentReports — relatórios de execução de testes.
  • Integração com Slack, Email para alertas.

Performance / Load

  • JMeter, Gatling, k6 — simular carga e medir latência/throughput.

Segurança

  • OWASP ZAP, Burp Suite — pentest/scan automatizado e manual.
  • Ferramentas SAST/DAST (p. ex. SonarQube para análise estática).

Testes de contrato / integração entre serviços

  • Pact (consumer-driven contract testing).

Mock / service virtualization

  • WireMock, MockServer — simular APIs/serviços ausentes.

Monitoramento em produção (para QA/ops)

  • Datadog, New Relic, Grafana/Prometheus — útil para testes de performance e observar comportamento em produção.

Outros

  • Selenium Grid / BrowserStack / Sauce Labs — execução cross-browser em nuvem.
  • Fiddler, Charles Proxy — inspecionar tráfego HTTP.

continua...

  1. Envolve programação? (direto e indireto)

Sim — depende do cargo e do nível:

  • Testador manual / QA júnior: pode trabalhar com pouco ou nenhum código, focando em testes manuais, documentação, reprodução de bugs, casos de teste. Habilidades valiosas: lógica, atenção a detalhes, boas descrições de bug, pensamento crítico.

  • Automação / SDET / QA pleno+: normalmente programa. Escreve scripts/fixtures, cria frameworks de teste, integra com CI. Linguagens comuns: Java, JavaScript/TypeScript, Python, C#, Ruby. Conhecimentos úteis: Git, estruturas de teste (JUnit, pytest, Mocha), design de testes (Page Object Model, etc.).

  • Testes não-funcionais (perf, segurança) também exigem scripting/engenharia para criar cenários, analisar resultados e integrar com infra.

Resumindo: você pode entrar em QA sem programar, mas para escalar (automação, carreiras técnicas) aprender programação e boas práticas de engenharia é praticamente obrigatório.

  1. Estratégias e boas práticas modernas
  • Shift-left: testar mais cedo (no desenvolvimento), incluir testes em PRs.
  • Test as code: testes versionados junto com o código.
  • Test Automation Pyramid: mais testes unitários, menos testes lentos de UI; equilíbrio entre UI/API/unit.
  • Continuous testing: testes rodando em pipelines CI/CD.
  • Test data management: dados de teste confiáveis, mascaramento de dados sensíveis.
  • Feature flags e ambientes isolados para reduzir risco.
  • Testability: desenhar sistemas fáceis de testar (logs, métricas, APIs).
  1. Normas, certificações e “selos” de qualidade
    Não existe um selo universal de qualidade de software (como um “ISO para o app X” que os usuários checam), mas há normas e certificações que indicam processos maduros ou conformidade:

Normas de processo / gestão

  • ISO 9001 — gestão da qualidade (processual, pode ser aplicada em empresas de software).

  • CMMI — modelo de maturidade de processos (usado por organizações).

  • Setores regulados têm normas específicas, por exemplo:

    • IEC 62304 (software médico),
    • DO-178C (aviação),
    • PCI-DSS (pagamentos) — requisitos de segurança.

Modelos de qualidade de software

  • ISO/IEC 25010 — modelo de qualidade de produto (confiabilidade, segurança, usabilidade, etc.) usado como referência.

Certificações individuais

  • ISTQB (Foundation, Advanced, etc.) — bastante difundida no mercado (ponto de partida teórico).

  • CSTE, CSQA, certificações de ferramentas (ex.: certificação AWS, etc.) e cursos específicos (SDET, segurança).
    Essas certificações ajudam no currículo, mas experiência prática é decisiva.

    continua...

  1. Métricas que QA costuma acompanhar
  • Pass rate / Fail rate dos testes.
  • Cobertura de testes (unit/integration) — cuidado: cobertura não garante qualidade, é só um indicador.
  • Número de bugs encontrados por fase (onde foram encontrados).
  • Severity / Priority dos bugs.
  • MTTR (mean time to recover/resolve).
  • Defect leakage (bugs que chegaram em produção).
  • Tempo de execução das suites (importante para CI).
  1. Carreiras e títulos comuns
  • QA Analyst / Test Analyst (manual).
  • QA Engineer (misto).
  • Test Automation Engineer / SDET (muito código).
  • QA Lead / QA Manager (gestão).
  • Performance Engineer, Security Tester, Accessibility Specialist.
    Trabalhando como SDET você fica mais próximo do time de engenharia; como QA Manager, você atua mais com processos e pessoas.
  1. Como começar / roadmap prático (resumido)
  1. Conceitos básicos: tipos de teste, ciclo de vida de bugs, metodologia ágil.
  2. Ferramentas simples: Jira, Postman, planilhas para casos de teste.
  3. Testes manuais: escrever casos de teste claros e reproduzíveis, aprender a descrever bugs.
  4. Automação básica: aprenda uma linguagem (Python/JS/Java) + um framework (Selenium, Playwright, Cypress, pytest).
  5. CI/CD: aprender a integrar testes no GitHub Actions/Jenkins.
  6. Não-funcionais: experimentar JMeter/k6 para performance; OWASP ZAP para security.
  7. Prática: contribua em projetos open source ou small apps para testar e automatizar.
  8. Certificação teórica: ISTQB Foundation (opcional).
  1. Exemplo prático de stack de QA em uma equipe típica (pequena → média)
  • Tracking / planejamento: Jira
  • Manual / Exploratory: TestRail + Exploratory testing
  • Automação UI: Playwright (JS) ou Selenium (Java)
  • Automação API: Postman collections ou pytest + requests
  • CI/CD: GitHub Actions (build → unit tests → integration → deploy to staging → run e2e)
  • Performance: k6 ou JMeter para load tests agendados
  • Security: OWASP ZAP scan na pipeline
  • Reporting: Allure + Slack notifications
  1. Dicas finais rápidas
  • Escrever bons cenários de teste é uma habilidade poderosa; foco na reproduzibilidade e no impacto do bug.
  • Automatize regressões repetitivas, não tudo – mantenha o equilíbrio.
  • Cultura de qualidade vem de toda a equipe: evangelize testes cedo.
  • Aprender a ler logs, usar debugger e entender arquitetura ajuda muito.
  • Em times pequenos, QA costuma ser “generalista” — abrace infra, automação, API e até deploys.

Está é apenas um resumo e há muito mais para saber...
Mas já é um bom começo...
Comente ai qualquer duvida.
Bons estudos.

O melhor haha!!!

Muito obrigado por me mostrar a profissão,
tem muita coisa na área mesmo, na verdade sou de outra área,
mas estava conhecendo mais sobre programação e suas profissões adjacentes.

QA era uma delas! Muito obrigado!