No entanto, construir um portfólio não é apenas sobre mostrar resultados; é também sobre refletir. Refletir sobre quem somos, o que queremos e como podemos contribuir para o mundo. É um exercício de olhar para trás e reconhecer as conquistas, mas também de olhar para frente e visualizar o futuro que desejamos criar. Para Júlia, isso significa reconhecer que sua experiência em cuidar de pessoas e gerenciar equipes pode ser tão valiosa quanto seu conhecimento técnico em programação.

A aula também nos lembra que a transição de carreira não é um processo linear. É preciso paciência, persistência e, acima de tudo, autenticidade. Júlia não precisa abandonar quem ela é para se tornar quem ela deseja ser. Pelo contrário, ela pode integrar suas duas identidades — a enfermeira e a desenvolvedora — em uma única narrativa coesa e poderosa.

Por fim, a construção do portfólio e a atualização do currículo são apenas o começo. O verdadeiro desafio está em comunicar essa transição de forma clara e convincente, tanto para si mesma quanto para os outros. É sobre encontrar a confiança para dizer: "Eu sou Júlia, e embora minha jornada tenha começado na enfermagem, estou pronta para contribuir de novas maneiras no mundo da tecnologia."

Essa reflexão me faz pensar que, independentemente da área para a qual estamos migrando, o mais importante é manter viva a chama da curiosidade e da vontade de aprender. Afinal, como a própria Júlia está mostrando, nunca é tarde para reinventar-se e buscar novos horizontes.