Já trabalhei em uma multinacional com mais de 207 mil funcionários, presente em mais de 170 países, e em uma média empresa com 50 funcionários. Em todos os casos, sempre pude sentir a cultura de maneira mais forte que a estratégia. Por mais que a estratégia seja bem divulgada em metas, objetivos a serem alcançados e visão da empresa, em revistas, comunicados e vídeos corporativos, a ação diária que seus pares e, em especial, seus superiores expressam no dia-a-dia têm maior impacto na ação individual do resto do time.
Nem sempre a cultura se espalha da mesma maneira entre os diferentes setores de uma empresa. O que os líderes de cada setor expressam, em termos de confiança na estratégia, define como a equipe irá agir. Quando trabalhei com gestores que acreditavam nas metas da empresa e agiam com grande responsabilidade, eu e meus pares trabalhavamos com muito empenho para alcançar a visão da empresa. Por outro lado, setores dessas empresas que viviam sob a sombra de líderes inexperientes, que queriam impor o atingimento da meta pelo medo e pela ameaça, dificilmente conseguiam atingir a estratégia da empresa no longo prazo, por mais que conseguissem alguns bons resultados no trimestre.
A ação das lideranças das empresas importa. Um bom líder não espalha a estratégia por imposição, mas sim pelo seu exemplo. Um conjunto de bons líderes espalha boa cultura e, por consequência, boa estratégia por diversos setores da empresa, tornando o conjunto forte demais para ser ignorado pelos outros departamentos. Assim, com a maioria dos líderes emanando boa cultura, a estratégia encontra terreno fértil para fecundar em toda a empresa.