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Reflexão sobre acessibilidade

Eu tava pensando aqui... Até que ponto nossas identidades visuais devem ser acessíveis?

Pergunto isso porque, por exemplo: visto que queremos ter aplicações acessíveis para todos, não seria apropriado que todos os sites do mundo utilizassem a fonte OpenDyslexic ou alguma que ofereça os mesmos benefícios? Ou, então, o que fazer se a tipografia usada em algum logotipo do mundo não está permitindo agradável percepção de uma parcela de espectadores?

No mundo ideal, seria submeter todos os projetos, incluindo os de id visual/marca e qualquer outro projeto gráfico, a uma análise das pessoas com deficiência ou distúrbio?

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Oi, Filipe, boa noite!

Seus questionamentos são extremamente pertinentes, acredito que, se a gente pensar o quanto as tecnologias que usamos são jovens e que ainda estamos aprendendo e evoluindo com elas, percebemos que temos um longo caminho a trilhar.

Temos que fazer do acesso à web ser mais democrático possível, como você levantou a questão, mas ainda é um assunto nebuloso. O que temos que fazer para que isso não seja um obstáculo para pessoas com deficiência e distúrbios é tornar o estudo da acessibilidade na tecnologia algo urgente para que o uso da fonte OpenDyslexic, por exemplo seja pautado, mas o que acontece é que muitas vezes os dev nem tem conhecimento dessa possibilidade.

Muito legal a questão :}

Massa, Lais! Realmente, acho que esse tema deve ser uma das bases para começar a projetar algo gráfico.

Ao avançar nesse curso, vi que o prof Natan aborda exatamente essa questão de atender as diretrizes estabelecidas pela W3C. Inclusive, ele dá uma questionada em como relacionar a estética do seu design às diretrizes. Acabei criando este post antes de ver esse vídeo, que é o primeiro da aula 04 "Baixa-visão".

Aliás, ele inclusive fala de alguns sites que testa o contraste entre cores e informa o quão "ok" está para as diretrizes. Curti isso.

Bom... Pelo que percebi, a gente deve sim abrir mão de alguns caprichos meramente estéticos para incluir mais pessoas.

Como alternativa, acabei chegando à conclusão que cabe aos designers - até mesmo a qualquer pessoa que trabalhe com cores, seja lá qual for a indústria - projetarem identidades visuais que sejam flexíveis a ponto de expressarem o que quiserem para qualquer pessoa, tendo ela alguma deficiência (ou distúrbio) ou não.

Mas puts... Ainda fico pensativo com o conflito entre: incluir pessoas ou não limitar meus artifícios estéticos? E se o que eu quero comunicar combina bem melhor com uma solução não tão acessível e que incomode alguém?

O ideal seria encontrar o equilíbrio, um meio termo entre design e acessibilidade ou temos que ser inflexíveis sobre gerar acessibilidade?

Boa noite, Filipe! Como vai?

Uma coisa importante e que deve ser levada em consideração é o público alvo que o material produzido vai atingir. As vezes com base num estudo sobre o público alvo, uma determinada empresa descobriu que uma parcela muito pequena desse público é de pessoas com algum tipo de deficiência ou distúrbio e com base nesse conhecimento pode apenas a princípio decidir não fazer um material específico pra esse público por impactar num gasto para uma parte pequena de seu público.

O que quero mostrar com esse exemplo que dei é que decisões com relação a questões como essa que vc levantou são tomadas tendo por base algum tipo de estudo! E, por isso, que vemos sites onde nem todas as regras de acessibilidade são aplicadas! Justamente pq nem todas as situações são iguais! Então, no final das contas, é sempre necessário entender bem o contexto específico para depois traçar uma estratégia de abordagem!

Agora, é claro que empresas gigante, como por exemplo o Google, que tenha um público alvo global e totalmente diversificado e que também tem recursos financeiros disponíveis, deveria pensar em no mínimo oferecer uma opção alternativa de seus produtos, materiais e identidade visual pensando nessas situações que vc levantou!

Pegou a ideia? Qualquer coisa é só falar!

Grande abraço e bons estudos, meu aluno!

Gabriel, muito bom ponto de vista.

Mas independente do negócio, sempre teremos potenciais clientes com alguma deficiência/distúrbio incluídos no público-alvo, afinal, é algo comum e não mera exceção na sociedade.

Me parece ser a questão da acessibilidade uma preocupação para todos, independente do porte.

Deve haver alternativas sempre que a gente tiver algum conflito entre design e acessibilidade. Né possível... heheehe

Opa, Filipe! Eu não disse que pessoas com qualquer tipo de deficiência ou distúrbio são exceção ou que não devem ser consideradas dependendo do porte da empresa em questão!

O que eu disse é que cada caso é um caso! Imagina, por exemplo, um projeto de sistema interno para uma pequena empresa de 5 pessoas, que não tende a cresce a curto prazo, e que nenhuma dessas 5 pessoas tem qualquer tipo de distúrbio ou deficiência. Agora, imagina uma empresa como o Google onde tem diversos serviços expostos para uma enorme variedade de pessoas!

Qual das empresas vc acha que terá que ter um cuidado muito maior no que irá desenvolver? Certamente o Google!

O objetivo do meu comentário inicial foi justamente te mostrar que cada caso é um caso e que os envolvidos devem ter equilíbrio e dados que apoiem suas decisões! Por isso que nem todo serviço, site, material ou identidade visual é igual e já vem utilizando a fonte OpenDyslexic, por exemplo!

Meu objetivo foi justamente mostrar que nem tudo é preto no branco! E que, com toda certeza, as soluções propostas sempre tem que visar atender de forma excelente as pessoas as quais pretendem atingir!

Verdade, Gabriel. Muito obrigado pelas tuas respostas. Realmente, a gente tem que pensar no contexto.

De modo geral, concluo que deixar um projeto acessível é um compromisso de todos, mesmo. Nos cabe encontrar a alternativa ideal para comunicar o que quer (design) e incluir pessoas (acessibilidade).

solução!

Concluo que deixar um projeto acessível é um compromisso de todos, mesmo. Nos cabe encontrar a alternativa ideal para comunicar o que quer (design) e incluir pessoas (acessibilidade).

Perfeito, Filipe! Mas sem perder de vista o contexto próprio da demanda que se está atendendo!

Ao meu ver, a palavra-chave para o sucesso é a que vc mesmo disse, Filipe: equilíbrio!

Por nada, Filipe! É com trocas de ideias como essas que tivemos que todos saem ganhando e crescemos juntos!

Sempre que tiver qualquer dúvida ou até mesmo se o objetivo for levantar uma troca de ideias como dessa vez, é só mandar aqui no fórum da Alura!

Grande abraço e bons estudos, meu aluno!

Massa :D

Caramba, esse vídeo foi excelente. Palestra sensacional da Talita Pagani, na BrazilJS Conf 2016.

Tem um momento de sua pesquisa de mestrado que ela percebe que tem muita empresa que não considera pessoas com DCNA (deficiência cognitiva, neuronal e de aprenedizagem) como parte de seu público-alvo. E aí ela ressalta: público-alvo é dado por interesse e não por características.

É muito isso! Considerar o contexto, ok. Mas a partir do momento que posso ter pessoas com barreiras de acesso, devo providenciar alternativa.

Show! Tema muito importante!