Anos atrás, eu trabalhei como arqueóloga. A maior parte do meu tempo era gasta em laboratório, até que surgiu a oportunidade de fazer um trabalho em campo. Esse trabalho era no interior de Goiás. A equipe precisava vistoriar uma área de mata na margem de um rio. Nos separamos, cada pesquisador com um ajudante que conhecia o local, para abrir trilha e para que não nos perdêssemos. Em um dos pontos vistoriados, enquanto eu fazia algumas anotações, meu ajudante virou de costas pra mim, olhando para a mata, pediu para eu ficar em silêncio e levantou o facão acima da cabeça. Passamos alguns minutos em silêncio, até que meu ajudante abaixou a arma, dando um suspiro. Quando perguntei o que havia acontecido, ele me disse que havia uma onça ali perto. O dia correu sem mais surpresas e voltamos vivos para o hotel.
Moral da história: descobri que a empresa não me pagava acréscimo de periculosidade.
Nessa história (real) tentei passar a Visualização do ambiente, o Antagonista, a Anormalidade, e a Expectativa quebrada.