Gostaria, na verdade, de compartilhar uma experiência na qual recorri ao exercício da empatia (ou pelo menos acho que recorri) para concretizá-la. Tenho um colega de trabalho de quem me tornei muito próximo e hoje nos consideramos amigos. Ele tem uma vida bem diferente da minha (é casado, tem filhos, etc.) e, recentemente, compartilhou uma experiência amorosa que teve no passado com outra pessoa antes de seu casamento, e que deixou essa outra pessoa (que ele confidenciou a mim ter amado e ainda amar) para se casar. Fiquei inicialmente atônito e chocado, pois jamais imaginava ouvir isso dele, pois não me passava pela cabeça que ele tivesse sofrido esse tipo de situação (ainda que ele tivesse me dado indícios dessa relação "extraconjugal" ao longo do tempo, os quais não captei ou ignorei). No dia seguinte, passamos a nos falar muito pouco, evitava ao máximo até olhar para ele porque não sabia o que dizer nem como reagir mas, depois de dois dias, passado o impacto da revelação, voltamos a nos conversar e, aos poucos, ele está me contando sobre toda a situação amorosa/afetiva dele.Estou tentando praticar o exercício da empatia, deixando-o livre para falar o que quiser e me colocando na posição de ouvinte, antes de dar qualquer opinião sobre o assunto, pois enxergo nele a necessidade de falar sobre isso (que, segundo esse meu amigo, é algo com que ele não consegue lidar muito bem até hoje) e ele, em contrapartida, enxerga em mim alguém que acolhe, ouve, compreende e, sem querer fazer qualquer juízo de valor, quer ajudá-lo de alguma forma.
