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Como definir a data de início do lead time?

Achei interessante a métrica, mas se eu considerar a data de início antes do ticket ser informado e discutido com a equipe, pode-se ter valores altíssimos. Na minha equipe, o PO cria tickets, e 1x por semana temos uma reunião de grooming onde o PO discute com a equipe os tickets que ele cria. Muitas vezes nessas reunioes sao levantadas várias duvidas e decidimos que nao está pronto ainda pra ser trabalhado e movemos para a proxima semana para discutir, com esse tempo para corrermos atrás das respostas para as duvidas levantadas. Eu entendi que deveriamos considerar tudo a partir da data de entrada do ticket no processo/sistema, mas acredito que só deveriamos considerar a data em que o ticket passa a estar pronto para ser trabalhado. Da sua experiencia, teria alguma desvantagem em seguir assim?

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Caro Sérgio,

Obrigado pela sua postagem e compartilhamento de como o processo funciona na sua organização.

Sobre a questão de não considerarmos o tempo em que o ticket fica em processo de aceitação para ser trabalhado, entendemos que ele pode causar alguns problemas na medição das métricas associadas a eficiência do processo de produção do tickets, como por exemplo:

  • Ausência de uma estimativa real da duração de toda a cadeia de produção com impacto direto no lead time, pois o tempo dedicado a analisar e aceitar a demanda do ticket não é capturado, mesmo considerando horas de dedicação e custos de alocação de equipe.
  • Se não considerarmos esta etapa perderemos a chance de dar visibilidade para a organização do real custo de desenvolvimento de um ticket considerando todo o processo, pois neste caso só começaríamos a medí-lo numa 2ª etapa onde o mesmo foi aceito.

Para ilustrar este impacto vamos fazer um analogia com a iniciação de um projeto, onde ao aplicarmos o critério de não consideraríamos o tempo x esforço para a iniciação e parte do planejamento, numa curva média de processos de gestão de um projeto não estaríamos medindo o tempo de aproximadamente 15% (iniciação + parte do planejamento) do ciclo de vida do projeto.

Pense também numa empresa focada em transformar ideias em produtos inovadores. Neste caso, sabemos que em média 10% das ideias são aceitas para eventualmente virarem tickets geradores de produtos e/ou projetos. Assim, se não aplicarmos a métrica e registrarmos uma etapa análise para aceite, não mediríamos o tempo de trabalho em 90% das ideias, bem como o tempo inicial para transformação de 10% das ideias num processo que culminará num produto/projeto.

Em suma, conforme destacamos visualizamos diversas desvantagens em não medir este tempo antes do aceite do ticket com impactos na medição da real curva de produtividade, dedicação da equipe e custos envolvidos em toda a cadeia de produção.

Bons estudos e sucesso na aplicação do Kanban!