Olá Breno,
Tentarei ajudar com um exemplo mais lúdico, a entender os quatro quadrantes/campos do Cynefin, que são o caótico, o complexo, o complicado e o claro, usando como exemplo um relógio de pulso que precisa de manutenção.
Como sabemos, um relógio analógico de pulso automático possui diversas peças em seu mecanismo interno, sendo muitas delas milimétricas. Então partindo desta linha de raciocínio, vamos classificar nos cenários.
Caótico: Se você nunca abriu um relógio desses e se aventura a fazer isso para tentar corrigir o problema, você certamente vai cair em um cenário caótico, onde você não vai conseguir efetuar o reparo e não saberá como montar/encaixar novamente as peças, com grande chance de perder alguma peça que pode pular quando você abrir o relógio. Ou seja, você tem zero informação, zero conhecimento, e a chance de dar algo certo e quase nula.
Complexo: Você fez um curso de manutenção de relógios, porém ainda não efetuou nenhum reparo. Neste curso, você recebeu uma pasta com os desenhos em vista explodida das peças dos principais modelos de relógios, dentre eles o que você precisa reparar. Perceba que, você não se encontra mais em situação de caos, pois você tem um conhecimento, mesmo que teórico do que precisa ser feito, e também tem um "mapa" em mãos, que é o desenho do relógio e como suas peças se encaixam. Mas mesmo assim, o relógio continua sendo um mecanismo complexo, pois ainda assim ter um mecanismo com às vezes centenas de peças, e que por serem similares, permitem que você monte de forma errada e o relógio não funcione corretamente.
Complicado: Agora pegue este mesmo cenário e adicione um descritivo ilustrado com fotos de todas as etapas de montagem do relógio de forma numerada, com a sequência correta de montagem, e que as peças que são muito similares tenha uma identificação de alguma forma que indica qual a peça certa a ser utilizada. Isso vai facilitar seu processo, pois você eliminou a complexidade, mas ainda continua sendo um processo complicado, pois existe um procedimento que contorna a possibilidade de acontecer algum problema de montagem errada, mas a quantidade de etapas mantém o processo com um complicador.
Claro: Também conhecido com o cenário "Simples", ele nem sempre será possível de ser atingido, e tudo bem se isso acontecer. Para o caso do relógio, uma forma de simplificar o cenário seria reduzir a quantidade de peças componentes deste relógio. Porém, para que isso pudesse acontecer, você precisaria alterar a especificação inicial deste relógio, o que talvez não agradaria seu cliente. Talvez em um cenário onde não existem mais peças de reposição e você pudesse ter a oportunidade de modernizar este mecanismo e colocar um conjunto de peças com menor quantidade de componentes, com certeza traria maior clareza/simplicidade para o processo, porém lembrando novamente que nem sempre será possível chegar no simples.
Um outro ponto para fechar, é que não necessariamente você precisa sair do caos e ir para o complexo. Dependendo do caso/situação, uma manobra pode te tirar do caos direto para o complicado, como no nosso caso, se já tivessemos participado de um treinamento e recebido o descritivo com os passos numerados em sequência.
Espero ter contribuído e ajudado.