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Integração de Ciência Preditiva e IA Explicável (XAI) nos Processos de Tomada de Decisão Clínica

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Por Ricardo Costa Val do Rosário auxiliado por Google Gemini e ChatGPT 5.2

Contexto:

1. Apresentações dos TCC pelos médicos pertencentes a Especialização em Angiologia e Cirurgia 
Vascular e Endovascular do IPSEMG
2. O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na residência médica é um requisito obrigatório instituído 
pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) para a obtenção do título de especialista. 
3. Diferente da graduação, o TCC da residência costuma ser mais focado na prática clínica e na 
produção científica aplicada à especialidade escolhida.

1. Definição

- O TCC é um trabalho acadêmico de natureza científica que sistematiza o conhecimento adquirido 
durante o programa de residência. 
- No Brasil, a Resolução CNRM nº 02/2006 estabelece que todos os programas de residência devem exigir 
a apresentação de um trabalho final para que o médico receba o certificado de especialista.
- Muitas instituições permitem que esse "trabalho" assuma diferentes formatos, como:
1.	Monografia tradicional.
2.	Artigo Científico (pronto para submissão ou já publicado).
3.	Relato de Caso detalhado com revisão de literatura.
4.	Projeto de Intervenção (comum em áreas como Medicina de Família e Comunidade).

2. Finalidade

- A principal finalidade do TCC é garantir que o médico residente não apenas execute a técnica médica, 
    mas também desenvolva o raciocínio científico. Ele serve para:
1.	Consolidar o aprendizado teórico-prático.
2.	Estimular a atualização constante através da Medicina Baseada em Evidências (MBE).
3.	Contribuir para o corpo de conhecimento da instituição e da especialidade.

3. Objetivos Principais

- Os objetivos do TCC podem ser divididos em competências técnicas e acadêmicas:

1. Desenvolver o Pensamento Crítico: 
Capacitar o médico a avaliar criticamente a literatura científica 
disponível.

2. Habilidade de Pesquisa: 
Aprender a formular perguntas de pesquisa, buscar dados e utilizar metodologias
estatísticas.

3. Melhoria da Escrita Científica: 
Exercitar a capacidade de redigir textos técnicos de forma clara, ética e padronizada.

4. Retorno Social: 
Propor melhorias em protocolos clínicos ou fluxos de atendimento na unidade de saúde onde atua.

4. Etapas que Constituem o TCC

- O processo costuma ocorrer ao longo de toda a residência, mas intensifica-se quando se aproxima 
o termino do programa de Residência Médica.  

# 1. Escolha do Tema e Orientador
O residente deve escolher uma área de interesse dentro de sua especialidade e convidar um preceptor 
ou médico do corpo clínico para orientá-lo.

# 2. Elaboração do Projeto de Pesquisa
Definição do problema, hipótese, objetivos e metodologia. Nesta fase, se o trabalho envolver seres 
humanos ou dados de prontuário, é obrigatória a submissão e aprovação pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa (CEP) via Plataforma Brasil.

# 3.  Coleta e Análise de Dados
Execução da pesquisa propriamente dita: levantamento de prontuários, realização de exames, aplicação 
de questionários ou revisão sistemática da literatura.

# 4.  Redação do Trabalho
Escrita do texto final seguindo as normas da ABNT ou de Vancouver (mais comum na área médica). Inclui:
1. Introdução, 
2. Metodologia, 
3. Resultados, 
4. Discussão
5. Conclusão.

# 5. Defesa ou Apresentação
O trabalho é apresentado perante uma banca examinadora (geralmente composta pelo 
orientador e mais dois profissionais da área) ou apresentado em forma de pôster/tema
livre em congressos, dependendo do regimento interno da instituição.

# Nota 
Embora o TCC seja uma exigência legal da CNRM, o formato específico (se será uma 
banca formal ou apenas a entrega do artigo) depende do regimento interno da sua 
COREME (Comissão de Residência Médica).
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5. Exemplos simulando três cenários clínicos em Python (pseudocódigo).

Essa abordagem é ideal para um TCC que foque em Sistemas de Apoio à
Decisão Clínica (SADC).`

5.1: Suspeita de TVP em TRH

Neste cenário, o código avalia o risco baseado no histórico recente de Terapia de 
Reposição Hormonal e direciona para a conduta diagnóstica.

# Caso 01: Suspeita de TVP em Mulher, 53 anos
paciente = {
    "nome": "Paciente A",
    "idade": 53,
    "sintomas": ["dor_membro_inferior", "edema"],
    "historico": ["TRH_ha_30_dias"],
    "score_wells": 2 # Exemplo de pontuação moderada/alta
}

def avaliar_suspeita_tvp(paciente):
    print(f"Analisando caso: {paciente['nome']}")
    
    # Lógica de decisão
    if "TRH_há_30_dias" in paciente['historico'] and paciente['score_wells'] >= 2:
        conduta = ["Solicitar D-Dímero", "Solicitar Duplex Scan de MMII"]
        return f"ALERTA: Risco aumentado por TRH. Conduta: {conduta}"
    else:
        return "Avaliar diagnóstico diferencial."
print(avaliar_suspeita_tvp(paciente))

5.2: Isquemia Aguda de Membro (MIE)

Neste caso o código simula a urgência de um quadro de oclusão arterial aguda em paciente 
tabagista, onde o tempo é crucial para a viabilidade do membro.

# Caso 02: Isquemia Crítica - Homem, 70 anos, Tabagista
paciente_emergencia = {
    "idade": 70,
    "habitos": ["tabagismo_inveterado"],
    "exame_fisico": "pulso_ausente_MIE",
    "dor": "intensa"
}

def protocolo_isquemia_aguda(paciente):
    if paciente['exame_fisico'] == "pulso_ausente_MIE":
        exames_urgencia = [
            "Duplex Scan Arterial", 
            "Angio-Ressonância Magnética (ARNM) de Abdome, Pelve e MMII"
        ]
        status = "EMERGÊNCIA VASCULAR - Encaminhar para exames de imagem imediatamente."
        return {"status": status, "pedidos": exames_urgencia}

resultado = protocolo_isquemia_aguda(paciente_emergencia)
print(f"St O processo costuma ocorrer ao longo de toda a residência, mas intensifica-se no último ano.
atus: {resultado['status']}")
print(f"Exames solicitados: {resultado['pedidos']}")

5.3: Encaminhamento (Sr. Antônio)

Este modelo foca na interoperabilidade e na continuidade do cuidado, organizando os dados 
para um encaminhamento estruturado.

# Caso 03: Encaminhamento Estruturado
class Encaminhamento:
    def _init_(self, paciente_nome, especialidade):
        self.paciente = paciente_nome
        self.destino = especialidade
        self.prioridade = "Alta"

    def gerar_guia(self, motivo):
        return f"GUIA DE ENCAMINHAMENTO\nPaciente: {self.paciente}\nPara: {self.destino}\nMotivo: {motivo}\nPrioridade: {self.prioridade}"

# Instanciando o encaminhamento para o Sr. Antônio
guia_antonio = Encaminhamento("Sr. Antônio", "Cirurgia Vascular / Angiologia")
print(guia_antonio.gerar_guia("Avaliação de Claudicação Intermitente / Doença Arterial Obstrutiva Periférica"))

6. Aplicação no TCC de Especialista em IA

A transição do "pseudocódigo de regras" para o Machine Learning (ML) marca o momento em que se saí 
da automação simples e em direção à Medicina Preditiva. Enquanto no pseudocódigo dizemos ao computador 
o que fazer (if TRH then exames), no Machine Learning nós fornecemos dados de milhares de pacientes e o 
algoritmo "aprende" quais variáveis (Idade, TRH, Tabagismo) são as mais críticas para o diagnóstico.

6.1 De Regras para Probabilidades: O Caso da TVP

Para o Caso 01 (Suspeita de TVP), em vez de um diagnóstico binário, o modelo de ML nos dá a probabilidade 
de a doença estar presente, baseada na função logística:

[16:27, 12/20/2025] Ricardo: P(y=1|x) = \frac{1}{1 + e^{-(\beta_0 + \beta_1x_1 + ... + \beta_nx_n)}}
[16:28, 12/20/2025] Ricardo: Onde P é a probabilidade de TVP e x são os fatores (TRH, Idade, Score de Wells).

7. Implementação com Scikit-Learn (Exemplo Prático)

Abaixo simulação da  criação de um modelo usando Random Forest (Floresta Aleatória), um dos algoritmos 
    mais robustos para dados tabulares médicos por ser menos sensível a outliers.
[16:31, 12/20/2025] Ricardo: import pandas as pd
from sklearn.ensemble import RandomForestClassifier
from sklearn.model_selection import train_test_split
from sklearn.metrics import classification_report

# 1. Simulação de um Dataset (No seu TCC, seriam dados reais/anonimizados)
data = {
    'idade': [53, 70, 45, 62, 53, 30, 80],
    'uso_TRH': [1, 0, 1, 0, 1, 0, 0], # 1 = Sim, 0 = Não
    'score_wells': [3, 4, 1, 5, 2, 0, 4],
    'tabagismo': [0, 1, 0, 1, 0, 0, 1],
    'diagnostico_tvp': [1, 1, 0, 1, 1, 0, 1] # Nosso "Alvo" (Target)
}

df = pd.DataFrame(data)

2. Divisão de Atributos (X) e Objetivo (y)

X = df.drop('diagnostico_tvp', axis=1)
y = df['diagnostico_tvp']
Integração de Ciência Preditiva e Inteligência Artificial Explicável (XAI) nos Processos de Tomada de Decisão Clínica
Por Ricardo Costa Val do Rosário auxiliado por Google Gemini e ChatGPT 5.2
 (Python/ML), gerando valor científico e social.


# 3. Treino e Teste (O modelo aprende com uma parte e é testado na outra)
X_train, X_test, y_train, y_test = train_test_split(X, y, test_size=0.2, random_state=42)

# 4. Criando e Treinando o Modelo
modelo_vascular = RandomForestClassifier(n_estimators=100)
modelo_vascular.fit(X_train, y_train)

# 5. Predição para o Caso 01 (Mulher, 53 anos, TRH, Wells 2, Não Tabagista)
novo_paciente = [[53, 1, 2, 0]]
predicao = modelo_vascular.predict(novo_paciente)
probabilidade = modelo_vascular.predict_proba(novo_paciente)

print(f"Resultado da IA: {'TVP Confirmada' if predicao[0] == 1 else 'TVP Não Detectada'}")
print(f"Confiança do Modelo: {probabilidade[0][1]*100:.2f}%")
[16:34, 12/20/2025] Ricardo: Justificativa e Coerência (Essencial para o TCC)

8. O Próximo Nível: Inteligência Artificial Explicável (XAI) com SHAP

- Na medicina, um modelo de "caixa-preta" (onde a IA dá o resultado, mas não explica o motivo) 
é inaceitável. Para o Caso 01 (TVP e TRH), utilizamos o SHAP (SHapley Additive exPlanations).
    
- O SHAP utiliza a Teoria dos Jogos para atribuir a cada fator (Idade, TRH, Wells) uma parcela de
responsabilidade pelo resultado final. Matematicamente, o valor SHAP \phi_i para uma característica i é

\phi_i = \sum_{S \subseteq \{x_1, ..., x_n\} \setminus \{i\}} \frac{|S|! (n - |S| - 1)!}{n!} [f(S \cup \{i\}) - f(S)]
Implementação do Código de Explicabilidade
: import shap

# 1. Criando o explicador SHAP para o modelo de Random Forest treinado
explainer = shap.TreeExplainer(modelo_vascular)

# 2. Calculando os valores SHAP para a paciente de 53 anos (Caso 01)
# Supondo que 'novo_paciente' seja a entrada [53, 1, 2, 0]
shap_values = explainer.shap_values(novo_paciente)

# 3. Visualização (No Jupyter/Artigo, isso gera um gráfico de força)

# O gráfico mostrará, por exemplo, que o uso de TRH 'empurrou' a predição para 'TVP'
shap.initjs()
shap.force_plot(explainer.expected_value[1], shap_values[1], novo_paciente)

print("Gráfico de Explicabilidade Gerado: O fator 'Uso_TRH' foi o principal influenciador.")

# O que isso traz para o seu artigo?
Ele prova que a IA não está "chutando". Ela mostra visualmente que a TRH iniciada há 30 dias 
foi o peso decisivo para a recomendação do Duplex Scan, validando a intuição clínica do 
especialista com rigor matemático.

9. Ponderações Finais: O Contexto Global

Ao encerrar este documento, 
1.	Consolidamos a visão de que a IA não é uma substituta, mas uma extensão da propedêutica armada 
do cirurgião vascular.

2. Sinergia Diagnóstica:
Os casos apresentados (TVP, Isquemia Aguda e Encaminhamento) demonstram que a IA pode atuar
desde o rastreio inicial até a urgência cirúrgica. No Caso 02, a velocidade da IA em processar protocolos de ARNM pode 
ser a diferença entre o salvamento do membro e a amputação.

3. Ética e Legalidade: 
A utilização de XAI (Explicabilidade) atende aos preceitos éticos médicos, garantindo que o médico 
mantenha a autonomia e a responsabilidade final, compreendendo a lógica por trás do algoritmo.

4. Progresso Coletivo: 
Como médico com doutorado em pesquisa experimental, sua transição para a IA permite criar ferramentas
que padronizam o atendimento em cenários reais do Brasil, onde o acesso a especialistas nem sempre é imediato, 
promovendo uma democratização da saúde de alta qualidade.


5. Educação Continuada: 
Este documento reflete o sucesso da sua jornada na Alura: a capacidade de traduzir a complexidade biológica
(angiologia) para a linguagem binária
solução!

Oi, Ricardo! Como vai?

Agradeço por compartilhar suas reflexões e aprendizados com a comunidade Alura. Gostei da forma como você conectou o raciocínio científico do TCC médico com a aplicação prática de IA, ML e XAI, mostrando claramente a evolução de regras determinísticas para modelos probabilísticos explicáveis. Importante como você destacou o valor ético da explicabilidade e o alinhamento com a tomada de decisão clínica, mantendo o médico no centro do processo.

Seu trabalho mostra maturidade técnica e visão sistêmica, o que fortalece tanto o aspecto acadêmico quanto o impacto social da solução proposta. Dica: ao organizar esse conteúdo para o TCC ou artigo, vale explicitar melhor a pergunta de pesquisa e a hipótese, conectando diretamente cada experimento de ML e XAI a essas etapas; faça isso criando uma seção curta que relacione objetivo clínico, variável usada e saída do modelo.

Alura Conte com o apoio da comunidade Alura na sua jornada. Abraços e bons estudos!

Olá Rafaela
Agradeço suas palavras e análise.
Ricardo