A revolução Industrial 4.0
Após a leitura das previsões da Singularity para até 2038, compreendemos que o ponto alto da 4º revolução industrial se dará com a junção mente máquina, ou a singularidade da mente, onde o 'corpo' como nós entendemos há milhares de anos, será um conceito mais similar à um avatar apenas, seja ele orgânico ou híbrido (homem / máquina).
O intelecto será elevado à um nível de importância muitas vezes maior do que se encontra hoje.
Mas como lidar com as consequências de tamanha revolução?
Particularmente estou animado em perceber que poderei (ou não) ter minha mente segura e poder desenvolver-me muitos e muitos graus em minha jornada particular, usando todo o tempo extra que terei após a automação completa do mundo (carros autônomos, robôs operários, co-processador biológico e memória em nuvem? Caramba!) e integração deste com a mente (que já não dependerá unicamente do cérebro físico para se manter 'viva').
Vou considerar um ponto em particular como preocupante, se levarmos em conta o curtíssimo prazo para que tais previsões se concretizem (menos de 20 anos): A total substituição de seres humanos por robôs, para tarefas puramente mecânicas e de pouco uso do intelecto.
Como serão sustentadas as bilhões de pessoas pouco privilegiadas que vivem hoje na terra, durante este processo? Afinal nem todos terão o privilégio de uma eternidade bit-carbono.
Em função do meu trabalho lido diariamente com dezenas de pessoas cuja ignorância sobre tudo que os cercam (e sobre eles mesmos) são a características mais marcantes nelas, estas pessoas, fazendo uma análise puramente lógica e fria (sem incluir aqui qualquer fator moral ou de merecimento) não possuem condições culturais ou intelectuais de sobreviverem após uma revolução tão disruptiva como a proposta no artigo.
Não sei se o termo existe, mas eu os chamaria de intelectualmente incapazes.
Tais pessoas passariam a viver com uma dependência total do estado, pois seriam incapazes de gerar o próprio sustento ao dependerem de trabalho puramente intelectual, e também não possuem os recursos necessários para se digitalizarem.
A quebra de paradigmas causada em tão pouco tempo, de forma tão assustadoramente profunda causaria pânico no cidadão comum desprovido de uma mente madura o suficiente para compreender tais mudanças, e pra ser honesto, deveria causar até no cidadão não comum já provido de uma mente privilegiada.
Os milênios de evolução permanecem enraizados no subconsciente coletivo, de uma forma estranha entendemos que não é natural o momento que virá (sim, claramente não é natural, de outra forma não seria também uma revolução, certo?) e tal questão ética, ou seja: "o que fazer com as bilhões de pessoas desassistidas", é para mim o principal dificultador para a realização de todas as previsões propostas.
Se você leu o artigo, o que achou? Qual é a sua visão sobre o tema? Quais os fatores humanos poderiam bloquear tamanha mudança?
Leandro Marôpo.
Gestor Financeiro, MBA em Estratégia de Negócios. Especialista em Projetos Ágeis. Bocó.
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