Para definir meu desafio dentro do processo de Design Thinking, eu iniciaria revisitando todas as descobertas da fase de imersão, tal como Laura e Pedro fizeram. Meu principal objetivo seria transformar observações amplas em um problema claro, específico e acionável — algo que realmente possa orientar o desenvolvimento de soluções.
A primeira abordagem que eu utilizaria é a técnica dos cinco porquês. Começaria com um problema aparentemente superficial e, sistematicamente questionando “por quê?”, buscaria chegar ao ponto central da questão. Essa técnica é valiosa porque força um aprofundamento natural, afastando explicações genéricas e revelando causas estruturais.
Em paralelo, faria uma categorização dos problemas observados. Eu agruparia as dores identificadas em blocos como comportamento do usuário, infraestrutura, processos, experiência, comunicação, e tecnologia. Essa organização ajuda a visualizar quais áreas possuem problemas mais críticos ou recorrentes, e onde um investimento de energia pode gerar maior impacto.
Depois disso, aplicaria a técnica de priorização, como o matriz esforço x impacto ou matriz de valor. Para cada problema listado, analisaria:
– Qual o impacto desse problema para o usuário?
– Qual o impacto para o negócio?
– Quanto esforço ou recursos seriam necessários para enfrentá-lo?
Essa etapa é fundamental para evitar que a escolha do desafio seja guiada apenas por intuição — ela torna o processo mais racional sem perder a sensibilidade para o usuário.
Com o problema prioritário emergindo, partiria para a fase de alinhamento de perspectivas, semelhante ao diálogo entre Laura e Pedro. Reuniria diferentes pontos de vista (equipes, usuários, stakeholders) para confrontar percepções e validar se o problema realmente importa. Muitas vezes, a forma como um problema é percebido internamente difere da forma como o usuário realmente o sente.
Por fim, utilizaria a abordagem de reformulação do desafio, buscando sintetizar tudo em uma frase simples, curta e orientada à ação, no formato de “Como podemos…?”. A força dessa frase está na capacidade de direcionar todo o processo posterior com foco e clareza.
O resultado dessa sequência de abordagens seria um desafio bem definido, específico o suficiente para guiar a ideação e, ao mesmo tempo, amplo o bastante para permitir criatividade nas soluções.
Assim, o processo se torna não apenas uma escolha racional, mas uma convergência consciente e colaborativa, garantindo que o desafio final reflita tanto as necessidades reais dos usuários quanto os objetivos estratégicos do negócio.