Se tratando de empreendedorismo marcante, me fez lembrar do Sr. Tramontina. No início do século passado, não havia ofício pior do que porteiro de prostíbulo no povoado onde vivia o sr. Tramontina e esse era justamente o cargo que exerceu durante anos. De fato, não havia muitos trabalhos que ele pudesse fazer por não saber ler e nem escrever. Certo dia, o dono do estabelecimento pede que ele faça um cadastro dos clientes que frequentam a casa para conhecê-los mais e gerar um atendimento melhor, mas sua resposta foi, não, por não saber ler e escrever, infelizmente o patrão o demitiu. Tramontina ficou sem saber o que fazer, pois durante toda a sua vida só havia trabalhado como porteiro de prostíbulo. Contudo, ele lembrou que, por lá, costumava consertar móveis, panelas, entre outros utensílios e, assim, decide trabalhar com reparo de objetos quebrados até conseguir outro emprego fixo. Por não contar com ferramentas de qualidade, ele viajou até a cidade mais próxima e comprou martelo, pregos, alicates, etc, para, assim, oferecer seus serviços. Devido a carência de ferramentas naquele local, os vizinhos, seus primeiros clientes, se mostraram mais interessados em alugar ou comprar, com isso, o Sr. Tramontina passou a viajar com mais frequência à cidade para comprar cada vez mais e revender as pessoas do povoado e redondezas. Logo, Tramontina alugou um galpão para vender seus produtos que se tornou a primeira loja de ferragens do local. Poucos anos depois ele se transformou no próspero empresário, dono da Tramontina S.A. Sua primeira retribuição social foi justamente doar uma escola ao povoado para que crianças estudassem, chance que ele não teve.