Infelizmente ainda há muito desconhecimento sobre os processos que levam muitas pessoas a terem dificuldade em sustentar um contato visual. Por vezes elas são interpretadas não só como inseguras, como também mentirosas. Seguir tal regra de bolso apenas alimenta atitudes preconceituosas que prejudicam de sobremaneira indivíduos que muito provavelmente são neurodivergentes. A dificuldade em olhar nos olhos é, por exemplo, uma característica típica do TEA - Transtorno do Espectro Autista. Os Autistas tendem, portanto, a se concentrarem mais nas regiões da boca e do nariz, pois foi dessa forma que eles aprenderam a reconhecer rostos desde o nascimento.
Exigir que tal pessoa fixe o olhar a qualquer custo e admitir que elas sejam mal interpretadas por conta disso não é muito diferente de exigir que um deficiente auditivo preste a atenção quando o chamamos de longe, fora de seu campo visual, o criticando por não ter respondido prontamente.
Alura, já passou da hora de vocês desenvolverem um curso que caminhe para uma maior conscientização de particularidades como essa. O mundo não é feito apenas por neurotípicos, e não é porque os neurodivergentes não são a maioria que eles devam continuar a serem forçados a se sufocarem.
Ja passou da hora!