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Cronograma de Planejamento da Release: burlando o time-box da Sprint?

Algumas coisas me preocupam com o Cronograma de Planejamento da Release. Ele vai acabar sendo o guia para acompanhamento do projeto pelos Stakeholders. Assim:

A primeira é que se ele não estiver em sintonia com as entregas das Sprints, então ele estará burlando o conceito de time-box, quando se diz que uma funcionalidade pode compreender um conjunto de Sprints. Aqui fica a pergunta: o que será valor para o Cliente? A funcionalidade pronta lá do Cronograma ou aquilo que foi priorizado pelo P.O. e selecionado pelos Desenvolvedores na Sprint? Será que desse modo não prejudica o feedback, a adaptabilidade? Vejam: o Cliente quer saber da funcionalidade e a funcionalidade será entregue em 4 Sprints, será que a cada Sprint estaremos entregando valor para o Cliente, no que diz respeito à tangibilidade de modo que ele possa dar um feedback? Por mais que o P.O. seja o dono do produto, ele não é o Cliente. Assume-se então que o aceite do P.O. já é suficiente? O Cliente terá interesse em participar de uma Reunião de Revisão de algo que será parte daquilo que ele considera valor ou só vai querer ver quando a funcionalidade lá do Cronograma estiver completa?

A segunda diz respeito às previsões completamente desconectadas da realidade. Não se fala da participação dos Desenvolvedores na elaboração desse Cronograma (acredito que devam obrigatoriamente participar sob pena de quebrarmos outra característica, o Empoderamento). O momento de apresentação do cronograma não levou em consideração uma média de capacidade de entrega do time, pois ainda não aconteceu nenhuma Sprint. É certo que esse cronograma é dinâmico, mas o que acontece se apresentarmos uma primeira versão e, após algumas Sprints e medições apresentarmos outra com as datas completamente alteradas? O que dizer para os Stakeholders? Que a apresentação inicial foi só pra cumprir agenda?

Em um cenário com equipes já azeitadas e que já tenham trabalhado em vários projetos dentro da empresa, pode-se até fazer uma previsão mais acertada no Cronograma, mas e num cenário onde ainda não se tem essas informações? A equipe é nova, a natureza do projeto é nova, como definir esses prazos da maneira mais próxima da realidade?

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Olá, Franco! Tudo bem?

Muito interessante todas as reflexões e indagações que você apresentou.

O Release Plan deve realmente estar em sintonia com as entregas da sprint. Assim como foi discutido neste tópico do fórum, ele é um conjunto de sprints, e um mapa de planejamento do que se espera entregar de valor. Neste sentido, é sim muito importante alinhar com o cliente o que é valor para o mesmo, bem como alinhar com o cliente e time, qual a definição de pronto para o produto ou funcionalidade a ser entregue. A pessoa P.O também deve estar alinhada com o cliente sobre a priorização de entrega. O tempo da sprint deve ser pensado de modo que possibilite entregar valor ao seu término, assim se a funcionalidade não pode ser subdivida em entregas menores, o ideal seria ajustar o tempo da sprint (contanto que não ultrapasse um máximo de um mês). Assim, o cliente teria a chance de analisar a funcionalidade completa e passar um feedback mais representativo sobre o produto.

Concordo também que os desenvolvedores precisam auxiliar na elaboração do cronograma, para ter estimativas mais próximas da realidade sobre quando será possível finalizar as entregas. Quando uma equipe está iniciando com a adoção do Scrum, creio que realmente seja mais difícil estimar o tempo para a entrega de uma funcionalidade e é preciso tempo para a adaptação e também para que o time comece a identificar sua capacidade. Assim, pode haver algumas divergências entre as previsões do cronograma e o que está sendo executado e isto deve ser ajustado ao longo do tempo. E isto deve ser também alinhado com os stakeholders.

Creio que em um cenário de uma equipe nova, o ideal seria fazer um cronograma inicial com tempo menor de planejamento, para que após um tempo de adaptação, o time possa replanejar e entender melhor como definir os prazos de maneira mais próxima à sua realidade.

Alinhado a esta discussão, recomendo que dê uma olhada no curso "Roadmap: como criar e manter o mapa de produto", para se aprofundar ainda mais no planejamento de entregas de um produto/projeto ao longo do tempo.

Qualquer dúvida, sinta-se à vontade para compartilhar conosco aqui pelo fórum. E parabéns pela completa reflexão sobre o assunto!

Abraços e bons estudos! :)