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Linux: SystemD - qual sua relevancia?

Ola amigos estudantes.
Ao aprendermos sobre SystemD ficamos admirados com poder do SystemD !

Ele é essencial ou apenas mais uma ferramenta que pode ser substituida ?

O SystemD é um dos componentes mais importantes nas distribuições Linux modernas, sendo amplamente adotado como o sistema de init padrão. Sua principal função é inicializar o sistema após o boot, gerenciar serviços em segundo plano (daemons), montar sistemas de arquivos, lidar com logs e muito mais. Apesar de ser amplamente utilizado, sua presença e adoção nem sempre são unânimes, justamente por ser um projeto ambicioso que centraliza diversas funções em uma única suíte de ferramentas.
O papel do SystemD vai além de apenas iniciar serviços. Ele introduz conceitos como unidades (units) para descrever serviços, dispositivos, pontos de montagem e outros elementos do sistema. Também substitui outras ferramentas tradicionais do Linux, como o SysVinit e o Upstart, oferecendo inicialização paralela de serviços e maior controle sobre dependências entre eles, o que pode levar a um boot mais rápido e eficiente.
Além disso, o SystemD inclui utilitários como o journalctl para visualização de logs, o systemctl para controle de serviços, o timedatectl para configuração de data e hora, entre outros. Ele também gerencia sessões de usuário com o logind, configura redes com o systemd-networkd, e permite automação e monitoramento detalhado do sistema.
Apesar de sua versatilidade, o SystemD não é essencial para o funcionamento do Linux, no sentido mais estrito. O núcleo do sistema é o kernel Linux, que é responsável pela interface com o hardware e pela execução de processos. O SystemD opera no espaço de usuário e, portanto, pode ser substituído por outras soluções de init. Entre as alternativas mais conhecidas estão o SysVinit, uma implementação tradicional e simples; o OpenRC, usado por distribuições como Alpine e Gentoo; o runit, conhecido por sua leveza e simplicidade; e o s6, que oferece uma abordagem modular e altamente configurável.
A escolha do init system pode refletir os objetivos de uma distribuição ou as preferências do usuário. Algumas distribuições como Devuan, Alpine e Artix optam deliberadamente por não utilizar o SystemD, visando simplicidade, menor uso de recursos ou maior controle.
O SystemD é, portanto, uma peça fundamental em muitas distribuições Linux por oferecer uma solução integrada e poderosa para a administração do sistema. No entanto, não é uma exigência do kernel nem do sistema como um todo, e alternativas continuam viáveis para diferentes casos de uso, especialmente em contextos onde simplicidade, segurança ou leveza são prioridades.
Comenta ai qualquer duvida e se já conhecia o poder do SystemD.
Bons estudos.

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Apenas uma curiosidade:
No Windows, a ferramenta que mais se assemelha ao SystemD é o Gerenciador de Serviços do Windows (Windows Service Control Manager – SCM).
Assim como o SystemD, o SCM é responsável por:

  • Inicializar e gerenciar serviços em segundo plano (equivalentes aos daemons no Linux)
  • Controlar o status dos serviços (iniciar, parar, reiniciar, desabilitar, etc.)
  • Garantir que serviços essenciais sejam executados durante o boot do sistema
  • Registrar falhas e manter logs (em conjunto com o Visualizador de Eventos)

Os serviços no Windows são controlados por meio de ferramentas como:

  • services.msc (interface gráfica para gerenciamento de serviços)
  • sc.exe (ferramenta de linha de comando)
  • PowerShell (com cmdlets como Get-Service, Start-Service, Stop-Service, etc.)

Além do SCM, o Windows também possui o Task Scheduler, que, embora não seja um substituto direto do SystemD, executa tarefas agendadas e scripts automaticamente, algo que pode se sobrepor a funcionalidades oferecidas por unidades do tipo timer no SystemD.
No entanto, diferentemente do SystemD, o ecossistema de gerenciamento no Windows é mais fragmentado: não existe uma ferramenta única que centralize de forma tão integrada o controle de serviços, logs, sessões, rede e pontos de montagem como o SystemD faz no Linux.
Agora acabou.... :(
Até...

Sua explicação deixou muito clara a diferença entre o que é o Kernel do Linux e o que é um sistema de init como o SystemD. Acho que essa é uma das maiores confusões para quem está começando. A sua analogia de que o SystemD não é o "coração", mas uma peça fundamental no ecossistema de muitas distros, foi perfeita.

Oi Ronaldo, que explicação fantástica!

Você cobriu pontos que eu nem imaginava, como o gerenciamento de sessões e a inicialização paralela.

Aproveitando o gancho que você disse que ele "nem sempre é unânime", eu já ouvi falar muito sobre a "polêmica" do SystemD. Pelo que entendi, muitos críticos não gostam dele por ele centralizar muitas funções (logs, rede, init, etc.) e fugir um pouco da "filosofia Unix" de ter ferramentas pequenas que fazem apenas uma coisa.

É realmente por isso que distros como o Devuan (fork do Debian) foram criadas? Achei muito interessante ver como até o sistema de init pode ter diferentes filosofias.

Valeu pela explicação!

Eu que agradeço seu feedback amigo.
Que bom que minha informação foi util.
Obrigado.