Sim, os princípios apresentados por Christensen fazem sentido em muitos contextos, mas eles podem criar um dilema quando se trata de inovação, especialmente no caso de grandes empresas. A aplicação desses princípios pode não ser a melhor escolha para a inovação por algumas razões:
Focar apenas nas necessidades dos melhores clientes pode limitar a inovação disruptiva: Grandes empresas costumam se concentrar nas necessidades de seus clientes mais fiéis e rentáveis, buscando aprimorar produtos ou serviços para esse público. Embora isso seja importante, pode fazer com que a empresa perca oportunidades de inovação disruptiva, que geralmente começa atendendo a um público menor ou até negligenciado. As inovações disruptivas muitas vezes surgem como soluções mais simples e acessíveis para um nicho de mercado, mas acabam transformando o mercado como um todo. Focar demais nas necessidades dos clientes atuais pode fazer a empresa ignorar essas novas oportunidades.
Investir apenas nas inovações que prometem altos retornos pode negligenciar inovações incrementais ou disruptivas: Empresas que priorizam inovações que trazem grandes retornos imediatos podem acabar negligenciando inovações que, embora menores no início, têm o potencial de se tornar mais valiosas a longo prazo. Muitas vezes, inovações radicais ou disruptivas não geram grandes lucros iniciais, mas podem criar novas indústrias ou transformar setores inteiros. A busca por retornos rápidos pode fazer com que as empresas percam a chance de serem pioneiras em novas áreas ou de antecipar mudanças no mercado.
Portanto, embora os princípios de ouvir os melhores clientes e focar em inovações de alto retorno sejam boas práticas para a gestão em muitas situações, eles podem ser contraproducentes quando se trata de inovar e antecipar transformações no mercado. Christensen argumenta que empresas devem estar dispostas a arriscar e explorar novas ideias que, inicialmente, podem não parecer promissoras, mas que podem levar a inovações significativas e ao sucesso a longo prazo.