A analogia do relógio despertador mecânico é muito feliz para ilustrar o que acontece em organizações que não possuem a cultura da experimentação enraizada. Assim como o relógio precisa de corda para continuar funcionando, iniciativas de mudança dentro das empresas também precisam de estímulo constante para não perderem o ritmo.
Em muitas organizações, percebo que há uma tendência de aderir a ideias inovadoras apenas no momento inicial, impulsionadas por uma demanda imediata ou por pressão externa. No entanto, com o passar do tempo, se não houver uma estrutura ou um grupo dedicado para manter essas ações vivas, tudo volta ao "normal", ou seja, à zona de conforto.
A comparação com a adoção do correio eletrônico é bastante pertinente. A mudança, mesmo quando positiva e repleta de vantagens, precisa de tempo, persistência e, principalmente, incentivo contínuo para se consolidar. O mesmo vale para a Transformação Digital. É preciso insistir, mesmo diante da resistência. Criar rituais, grupos responsáveis, e manter viva a chama da transformação é essencial.
A partir dessa reflexão, percebo o quanto a constância é um fator-chave. A mudança não acontece em um momento só – ela precisa ser sustentada, alimentada e, por vezes, até forçada a seguir adiante até que se torne hábito. É aí que começa a verdadeira transformação.