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Conteúdo incoerente

Nunca estudei o diagrama entidade-relacionamento e, portanto, esse é meu primeiro contato com o tema. Minha questão, porém, não se refere ao que sei ou entendi a partir das aulas, mas sim ao que foi exposto nas aulas até aqui. Assim, não sei qual das opções que apresentarei a seguir está correta, mas sei as duas não são equivalentes e que portanto não podem ser sempre mutualmente verdadeiras.

Minha questão é sobre quais são as características que de fato definem uma entidade como sendo forte ou fraca. Na aula 5, seção de vídeo 'Identificando as entidades fortes e fracas', é defendido que uma entidade é dita fraca quando sua existência depende da presença de uma outra entidade. Enquanto que uma entidade forte é caracterizada por ser capaz de existir por si mesma, sem a necessidade de outra entendida que a sustente.

Minha dúvida foi também apresentada por outro aluno no fórum da aula 5, seção de vídeo 'Identificando as entidades fortes e fracas'. Na questão que ele abriu, um outro instrutor também defendeu a ideia de que entidade fraca é aquela entidade que depende de outra, ou seja, uma entidade fraca possui cardinalidade mínima total perante outra entidade.

Esses posicionamentos, contudo, não condizem com o que foi apresentado em diversos pontos anteriores do curso. Os pontos estão a seguir:

a) aula 2, seção de vídeo 'Representação Gráfica', minuto 4:22 - Nesse ponto o professor apresenta o conceito de entidade fraca e diz que tal entidade fraca é caracterizada por não possuir nenhum atributo chave;

b) aula 2, seção de vídeo 'Revisando o modelo inicial', minuto 4:51 - Nesse ponto o professor reforça a ideia de que uma entidade por não possuir nenhum atributo chave deverá então ser classificada como entidade fraca;

c) aula 2, seção de exercício 'Entidades fracas' - Esse exercício é proposto para avaliarmos se, de fato, entendemos o conceito de entidade fraca. Nesse exercício é dito com clareza e cito aqui "Entidade fraca é aquela que não identificamos nenhum atributo chave";

d) aula 3, seção de vídeo 'Entidades fracas', minuto 0:00 - Nesse vídeo, o primeiro slide, assim como a primeira frase do professor esclarece que uma entidade fraca "é aquela que não tem um atributo chave, não tem um atributo que a defina como única";

Agora nos aprofundando nos conceitos de Cardinalidade Mínima Total e Parcial ou Dependência de Existência, conceitos esses defendidos como referencial na determinação de entidades fortes e fracas. Esses conceitos foram apresentados na aula 3, seção de vídeo 'Cardinalidade entre os relacionamentos', minuto 6:34. Nesse ponto do curso o professor avalia as relações entre as entidades, segundo o ponto de vista do vínculo necessário ou não para a própria existência das entidades. Deixo claro que em ponto algum da apresentação ele se refere ao conceito de entidade fraca ou forte.

Já na aula 4, seção de vídeo 'Nomenclatura', minuto 5:12, o professor retoma a análise de Cardinalidade Mínima e dessa vez trabalhando com a representação desse conceito no diagrama. No diagrama apresentado podemos observar uma entidade E2 que possui Dependência de Existência de outra entidade E1. Apesar disso, essa entidade E2 não é representada segundo a convenção para entidades fracas, ou seja, com uma borda dupla. Assim, é razoável pensar que o professor apesar de considerar a entidade E2 dependente de E1, não a considera uma entidade fraca, pois se assim considerasse teria marcado-a com bordas duplas. Outro exemplo do mesmo fato está na aula 2, seção de vídeo 'Revisando o modelo inicial', no primeiro slide, onde podemos ver, entre outras coisas, que a entidade Projeto apesar de apresentar Dependência de Existência de duas outras entidades nâo é tida como uma entidade fraca, já que possui um atributo chave. Enquanto que a entidade Dependente, embora também tenha Dependência de Existência de outra entidade, é tida como entidade fraca por não possuir atributo chave.

Desse modo, gostaria de saber o que devo seguir: o professor das aulas 2, 3 e 4 ou os professores da aula 5 seção de vídeo 'Identificando entidades fortes e fracas' e do fórum.

2 respostas

Oiii Guilherme, tudo bom?

Os conceitos de entidades forte e fraco estão relacionados às dependências de existência, mas também os tipos de entidades que não possuem atributos-chaves são denominados de fracas, diferente dos tipos de entidades que possuem atributo-chave, denominadas entidades fortes.

A chave primária de um conjunto de entidades fraco é formada pela chave primária do conjunto de entidades forte do qual ele é dependente de existência. E acho que isso que não ficou claro no curso, sinto muito.

Espero ter ajudado em algo. Qualquer dúvida estou sempre à disposição :)

Na sua explicação é dito:

"Os conceitos de entidades forte e fraco estão relacionados

a) às dependências de existência, mas também

b) (a)os tipos de entidades que não possuem atributos-chaves "

Esses dois itens, contudo, não são sinônimos. Existe, então, uma ordem de prioridade para determinar se uma entidade é fraca ou não? Quero dizer, se uma entidade atender ao item A mas não ao item B, ela ainda é considerada uma entidade fraca?

Veja bem, a dúvida não está em como identificar uma entidade fraca através de um atributo chave de uma entidade forte acompanhado de um atributo único da entidade dependente. A dúvida está no fato de que o item A apresentado na sua explicação e em parte do curso não é equivalente ao item B da sua explicação e apresentado em boa parte do curso.

A determinação de atributos é arbitrária, dependendo de quais informações quero guardar a respeito de uma entidade. Desse modo, mesmo atributos chave são também escolhidos arbitrariamente. Não são inventados, é claro, representam uma característica real, mas existe a escolha de adicioná-lo ou não ao diagrama de entidade-relacionamento que representa um minimundo. De tal forma que podem existir projetos que incluem tal informação chave, mas também podem existir projetos que não a contenham. Logo, se a determinação de que uma entidade é fraca ou forte depender da existencia de atributos chave que a definem e a individualiza, então essa determinação pode também ser considerada arbitrária, de acordo com as informações que eu escolher guardar ou não sobre uma entidade. Essa linha de raciocínio é decorrente da afirmação feita no item B.

Já a dependência de existência não pode ser algo arbitrário, pois a partir do momento que escolho ter duas entidades quaisquer no meu diagrama, o relacionamento entre elas já é determinado pelas suas próprias interações no mundo real. Não havendo a oportunidade de se escolher qual é mais conveniente para o meu projeto, diferentemente do que acontece com os atributos. Dessa forma, se a determinação de que uma entidade é fraca ou forte depender do conceito de dependência de existência, então essa determinação é intrínsica às entidades inseridas no diagrama, ou seja, a relação de dependência entre duas entidades será sempre independente do que eu desejar apresentar no diagrama. Essa linha de raciocínio é decorrente da afirmação feita no item A.

Com isso em mente, além de todas as incoerências que mencionei acima na primeira mensagem, quero analisar agora, em face das diferenças apresentadas entre os itens A e B, o diagrama completo presente na aula 2, seção de vídeo 'Revisando o modelo inicial', no primeiro slide.

No slide, são apresentadas quatro entidades: Funcionário, Departamento, Projeto e Dependente. Nesse diagrama apenas a entidade Dependente é tida por fraca. A explicação dada para isso é que apenas ela não possui um atributo chave, de forma que para individualizá-la será preciso usar um atributo da sua entidade forte vinculada. Esse raciocínio está em linha com o que foi apresentado no item B. Todo o slide está em linha com o que foi apresentado no item B, mas pensemos também como deveria ser se o item A fosse considerado no momento da formulação do diagrama.

Antes, lembremos como é representada a dependência de existência no diagrama ER, pois será útil para o que nos propomos. Temos que quando uma entendidade depende da outra para existir ela recebe linhas duplas na ligação com o relacionamento. Além disso, caso opte-se por não usar essa representação temos a cardinalidade mínima num relacionamento. De forma que, se a cardinalidade mínima for 1, existe então uma dependência de existência entre as entidades, ou seja, uma depende da outra.

Voltando agora à análise do diagrama segundo o que foi apresentado no item A. A entidade Dependente continuaria a ser fraca pela sua relação de dependência com a entidade Funcionário. De forma que segundo o relacionamento DEPENDE_DE, a entidade Funcionário seria forte.

Já a entidade Projeto possui dependência de existência em todos os seus relacionamentos. Ela deveria ser, portanto, uma entidade fraca apesar de possuir atributos chave que a individualizam. No relacionamento TRABALHA_EM e entidade Funcionário possui dependência de existência com a entidade Projeto. A entidade Funcionário, portanto, deve ser uma entidade fraca nessa relação.

Já a entidade Departamento é independente de Projeto no relacionamento CONTROLA, portanto é uma entidade forte segundo esse relacionamento. Já nos relacionamentos TRABALHA_PARA e GERENCIA, a entidade Departamento possui dependência de existência com a entidade Funcionário e deve ser portanto uma entidade fraca. Enquanto que a própria entidade Funcionário possui dependência de existência no relacionamento TRABALHA_PARA e deve portanto ser uma entidade fraca mas possui, todavia, independência na relação GERENCIA de forma que nesse caso deve ser uma entidade forte.