Desde que o HTML apareceu, muita coisa mudou. Por vários anos, muito da formatação de uma página era responsabilidade do HTML. Por exemplo, houve um tempo em que a tag <font>
definia características meramente visuais do texto, como a família da fonte, a cor e outros atributos estéticos.
Com a evolução natural deste ecossistema, a responsabilidade do HTML foi se restringindo cada vez mais e o seu papel hoje é o que deveria sempre ter sido: a estrutura da página, e não a sua forma, que é responsabilidade do CSS.
Com essa transição, algumas tags perderam sua razão de existir. A <font>
da qual falei anteriormente é uma delas. Outras, precisaram ser "adaptadas" pra continuar existindo. Então, a tag <b>
, por exemplo, teria a seguinte função, de acordo com o MDN:
A tag <b>
representa um intervalo de texto estilísticamente diferente do texto normal, sem transmitir qualquer importância ou relevância.
O fim desta definição deixa claro que, semanticamente um texto entre <b>
e </b>
não tem qualquer importância se comparado ao restante do texto, mas apenas um texto estilisticamente diferente.
Já a tag <strong>
se propõe a deixar claro que o seu conteúdo tem, sim, importância no texto, não apenas visual. Por exemplo, um crawler poderia pegar trechos com esta tag e listá-los como palavras-chave de um texto.
O fato de ambas as tags apresentarem o texto em negrito é mérito do estilo-base que cada navegador aplica. O estilo-base é uma espécie de pré-definição das tags, apresentadas pelos navegadores, caso não haja estilos definidos explicitamente para elas. Isso inclui o tamanho das fontes nas tags de título, o espaçamento entre linhas e parágrafos e centenas de outras características. Se quiser saber mais sobre o estilo-base dos navegadores, recomendo este site.
Às vezes é divertido ver a ginástica que os comitês fizeram para não matar tags que quebrariam milhões de páginas ao redor do mundo. A tag <i>
, amplamente usada para colocar o texto em itálico, hoje serve para representar uma parte do texto que é destacada do restante por algum motivo, por exemplo, termos técnicos, expressões de outros idiomas ou pensamentos de personagens fictícios.
Pra quem se interessar, estudar estas características, digamos, viscerais, do HTML é uma atividade interessante. O melhor lugar, em minha opinião, sempre foi e sempre será o MDN.