A história do Lucas é inspiradora, mas é importante lembrar que nem todo mundo consegue ou precisa colocar propósito no trabalho. Para muita gente, o trabalho é uma questão de sobrevivência, e o salário continua sendo o fator decisivo — e isso não é errado. Além disso, nem todo ambiente permite que a pessoa tenha liberdade para sugerir ações ou desenvolver projetos que estejam alinhados com seus valores pessoais. Às vezes, o sistema é engessado, e qualquer tentativa de mudança pode ser vista como afronta.
Outro ponto é que o propósito de vida não precisa, necessariamente, estar no trabalho. Tem gente que encontra sentido na arte, na família, na espiritualidade ou em um projeto paralelo. O trabalho, nesse caso, é só uma ferramenta para viabilizar o que realmente importa — e tudo bem se for assim. Também vale lembrar que nem todo propósito precisa ser voltado a ajudar os outros; há quem encontre sentido no desafio, na criação, na liberdade. E isso é tão legítimo quanto qualquer outro tipo de motivação.
Tentar forçar um propósito onde não existe pode, em alguns casos, ser um tipo de autoengano. Em vez de insistir em dar sentido a algo que já não faz sentido, talvez o mais honesto seja buscar outro caminho. No fim, trabalhar com propósito é uma escolha possível, mas não obrigatória. O importante é que faça sentido pra quem vive — e isso varia muito de pessoa pra pessoa.