Vivemos tempos em que a saúde emocional e o respeito mútuo dentro dos ambientes de trabalho tornaram-se fundamentais. Quando surgem conflitos, como uma acusação de assédio moral, é essencial que as partes envolvidas tenham a oportunidade de serem ouvidas e compreendidas — não apenas no que expressam verbalmente, mas também nas emoções e necessidades que estão por trás dessas expressões.
Em uma situação em que um liderado acusa seu líder de comportamento abusivo, é natural que surjam sentimentos de dor, frustração e impotência. No entanto, é importante lembrar que líderes também são seres humanos — carregam responsabilidades, metas, pressões externas e, muitas vezes, sofrimentos silenciosos. Isso não justifica atitudes inadequadas, mas convida à reflexão empática: o que esse líder está enfrentando? Que necessidades não estão sendo atendidas para que ele tenha agido dessa forma?
A empatia, que tanto cobramos do outro, também é um convite para olharmos além do comportamento e tentarmos entender as necessidades humanas que estão por trás das palavras duras, da frieza ou da impaciência. Da mesma forma, o líder precisa se abrir para ouvir o impacto de suas atitudes no liderado, sem negação ou defesa imediata.
A prática da Comunicação Não-Violenta nos ensina que conflitos não são derrotas, mas oportunidades: de expressar sentimentos, de revelar necessidades não atendidas e, principalmente, de restaurar o vínculo humano que se rompeu temporariamente. Quando ambas as partes se permitem a escuta e a expressão com empatia, o diálogo deixa de ser um campo de acusações e passa a ser um espaço de reconstrução.
Ao invés de rotular, que possamos nos perguntar mutuamente: "O que está vivo em você agora?" "O que você precisa para que isso funcione melhor para ambos?"
Talvez, com essa postura, consigamos transformar dor em entendimento, e autoridade em parceria.