Me pego muito comentando em conteúdos do Instagram e LinkedIn, e nas duas redes possuo contatos profissionais. Numa sou mais arrojado e noutra mais ponderado. Hoje a opinião virou questão de personalidade, a atividade de reunir seguidores nas redes sociais furou a bolha do lobby corporativo, a publicação pode trazer engajamento e ser percebida pelos seus superiores ou recrutadores.
Porém, o risco de ser interpretado mal (até mesmo de propósito), é uma realidade que precisa ter jogo de cintura. Ao escrever um texto penso muito: "e se eu fosse um hater, como criticaria esta postagem?" Difícil, mas necessário. É complexo, porém gera crescimento. Esse exercício de empatia reversa fortalece não só a comunicação, mas também a clareza da própria intenção. Faz parte do amadurecimento digital entender que a forma como nos expressamos importa tanto quanto o conteúdo em si.
Aventurar-se em um comentário nos dias de hoje pode expor uma opinião política ou de costume que eventualmente poderá te prejudicar. Porém, não transmitir sua opinião pode te deixar apagado, e sua rede social sem sentido. A presença online virou uma extensão da identidade e, por mais paradoxal que pareça, até o silêncio comunica algo.
Acredito que escolher os comentários nos quais você tem domínio e experiência poderá trazer mais assertividade. Você não precisa opinar sobre tudo. Mas quando escolhe o que comentar com propriedade, agrega valor, constrói credibilidade e, muitas vezes, inspira.
Demonstrações públicas de humildade e aprendizado revelam também personalidades afáveis, após um cancelamento. E mais do que isso: mostram humanidade. Num cenário em que todos estão tentando acertar, reconhecer erros de forma transparente pode se tornar um ato de coragem e diferenciação. Afinal, estamos todos aprendendo e, às vezes, um bom comentário é aquele que abre espaço para o diálogo, não para o embate.