Acompanhei a transição do analógico para o digital, a disponibilização dos primeiros computadores de uso pessoal e, mais recentemente, o uso maciço de tecnologias digitais. Datilografia, por exemplo, é um curso que praticamente garantia trabalho na década de 80, mas perdeu esse status; a comunicação impressa - de folhetos, panfletos, catálogos a até revistas e jornais - perde espaço para comunicação digital, e o armazenamento de arquivos em DVDs, pen drives e outros dispositivos físicos vai para a nuvem, além de vários softwares que são disponibilizados on-line. A velocidade dessa transformação é vertiginosa, mas, com estudo e afinco, podemos acompanhá-la. Organizar a informação disponível e saber pesquisar conforme nossas necessidades, torna-se imperativo, e, para isso, áreas como biblioteconomia talvez ganhem mais projeção (e a foram e o escopo de seu estudo pode mudar significativamente). Nesse sentido, reaprender a selecionar fontes de informação é um resgate de habilidades de pesquisa e curadoria, que talvez fossem menos exigidas num mundo analógico, quando se tinha mais controle sobre as fontes de informação. Uma outra questão se refere às pessoas mais velhas, que, às vezes, veem obstáculos no uso dessas tecnologias, e talvez os criadores das interfaces para os usuários precisem também olhar um pouco mais para a camada da população que atingiu a terceira idade e examinar suas necessidades e dificuldades de uso de aplicativos, pois se trata de um crescente público consumidor de bens e serviços. Em que medida as interfaces e a propaganda que acompanha a divulgação de aplicativos e ferramentas digitais pensam nesse público?