Governança de Código Assistido por IA: Transparência, Validação e Responsabilidade no Desenvolvimento Médico Inteligente
Por Ricardo Costa Val do Rosario auxiliado por ChatGPT 5.0 Plus e Microsoft Copilot 365
1. Papel da Inteligência Artificial na Governança de Código Médico
- A incorporação da Inteligência Artificial (IA) ao desenvolvimento de softwares médicos e dispositivos
inteligentes resultou em avanços significativos em termos de produtividade e inovação.
- Ferramentas como Copilot, ChatGPT, CodeWhisperer e Claude já desempenham funções variadas,
incluindo a geração de trechos de código, automação da documentação e realização de análises de
segurança nos projetos.
2. Desafios Éticos e Técnicos
- Apesar dos benefícios evidentes, essa evolução trouxe à tona questões éticas e técnicas cruciais.
- O principal desafio é assegurar que o código produzido por IA seja confiável, auditável e seguro,
principalmente em aplicações voltadas para a área da saúde.
3. Governança de Código Assistido por IA
- Para enfrentar esses desafios, surge a Governança de Código Assistido por IA.
Trata-se de um conjunto de práticas que combina validação humana, rastreabilidade algorítmica e
revisão ética.
Esse conceito representa uma postura fundamentada em segurança, transparência e ética digital,
essenciais para ambientes sensíveis.
4. Princípios Fundamentais
- A Governança de Código garante que cada linha de código — seja ela criada por humanos ou por IA,
esteja em conformidade com os requisitos legais, a responsabilidade institucional e o respeito à
dignidade humana.
- Isso é especialmente relevante em sistemas que impactam diretamente a saúde de pessoas.
5. Paralelo com a Bioética
- Assim como a Bioética orienta as práticas clínicas, a Governança de Código direciona o
comportamento tecnológico.
- O objetivo é assegurar que o uso da automação respeite sempre os princípios de segurança
do paciente, a privacidade dos dados e a rastreabilidade técnica, colocando o bem-estar humano
acima de qualquer avanço digital.
6. Fundamentos da Governança de Código
- Os fundamentos da Governança de código asseguram que o código gerado, seja por humanos
ou por IA, siga princípios de:
1. Integridade (não manipulação indevida);
2. Rastreabilidade (quem gerou, quando e por qual modelo);
3. Verificabilidade (capacidade de reproduzir e testar os resultados);
4. Responsabilidade ética (uso em contextos sensíveis como o hospitalar).
- Na saúde, isso se aplica diretamente a SaMD (Software as a Medical Device) e DM
inteligentes integrados à Tecnovigilância, onde erros mínimos podem causar EAS.
Caso 1 – Validação de Código Gerado por IA no Controle de Alarmes Hospitalares
- Considere um sistema hospitalar inteligente capaz de monitorar os alarmes relacionados à saturação
de O2.
- Um desenvolvedor implementa uma solução de inteligência artificial que gera o seguinte trecho:
o sistema aciona um alerta sempre que o valor da SpO₂ fica abaixo de 90%.
Código gerado por IA (exemplo inicial)
def alerta_saturacao(spo2):
if spo2 < 90:
print("Alerta: Saturação baixa!")
O código parece correto, mas falta uma camada de governança, pois:
1. Não há registro do modelo que o gerou;
2. Não existe validação de teste clínico;
3. E a mensagem não é padronizada conforme protocolo institucional.
4. A seguir, vemos o mesmo código após aplicar princípios de governança assistida por IA:
Código validado e rastreável
import datetime
import logging
def alerta_saturacao(spo2, modelo="GPT-5", versao="2025.10"):
logging.basicConfig(filename="log_governanca.txt", level=logging.INFO)
if spo2 < 90:
alerta = f"[{datetime.datetime.now()}] Alerta crítico: SpO2={spo2}% | Modelo:{modelo} | Versão:{versao}"
logging.info(alerta)
print(alerta)
else:
print(f"Saturação normal ({spo2}%) - Sistema validado e seguro.")
O que mudou:
Inclusão de log automatizado com data, hora, modelo e versão do código;
Mensagem padronizada e rastreável;
Transparência no registro de cada decisão algorítmica.