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Entender que o reconhecimento não deve ser sobre o tempo de trabalho e sim sobre o trabalho em si

Em meu ambiente de trabalho, eu sou dedicada e atenta, e também entendo o momento de parar e tenho uma vida, com família, amigos e atividades, além do trabalho. Quando extremamente necessário, me disponho a trabalhar mais, porém não faço disso uma rotina que me impeça de ter a minha vida pessoal. Porém, minha chefia, que já fez esse curso, continua não pensando assim: para ela, temos que priorizar o trabalho, em detrimento de nossa vida pessoal; para ela, temos que aceitar prazos impossíveis, sem negociar, e ainda trabalhar além do horário, inclusive em fins de semana, para cumprií~los. Nesse caso, como agir, já que nas reuniões, a equipe volta e meia tenta argumentar assertivamente sobre isso, sem sucesso prático (já que há concordância nas palavras, mas não na continuidade das cobranças nesse sentido)?

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Oi, Fanny. É complicado trabalhar em um ambiente cuja chefia não se dispõe a evoluir utilizando as ferramentas modernas de liderança. Eu precisei trancar minha faculdade quando entrei na Caixa, pois a chefia disse que apenas funcionário "arroz com feijão" faria 6 horinhas e iria pra casa. Primeiro que fiz o concurso justamente pelas 6 horas, se fosse pra trabalhar 8 teria outros concursos mais interessantes, mais voltados pros meus interesses profissionais. Segundo que não eram 6 horinhas, eram 6 horas de muito trabalho e stress, além de eu passar 5 horas por dia dentro do ônibus pra chegar lá e precisar voltar direto pra faculdade. Consegui ir pra uma área contábil da Caixa pouco depois de esse gerente ser promovido e ir pra outra agência. Nessa área contábil eu tive minha primeira licença maternidade e cerca de um ano depois estava trabalhando muito com digitação e tive L.E.R, precisei me afastar por 45 dias pra tratamento de inflamação nos punhos e cotovelos. Meu chefe me chamou pra conversar e me humilhou, disse palavras que doeram demais e que me deram vontade de deixar tudo pra lá, só que eu precisava do dinheiro e como estava em tratamento fisioterapêutico não tinha a menor hipótese de pedir demissão, até porque tenho o plano de saúde pela empresa. Passei um longo período desanimada, desmotivada, levantando da cama na marra pra ir pra mais um dia de trabalho. Até que um dia eu decidi que pessoas frustradas não me desmotivariam. Que eu provaria meu potencial, que não deixariam que me abalassem. Eu pus em minha mente que ninguém iria me fazer sentir inferior sem a minha permissão. E sempre que uma situação ruim acontece eu digo pra mim mesma: "isso não vai me abalar". Estou melhorando a mim mesma, fazendo diversos cursos aqui na Alura e quero evoluir, se lidar com chefia com pensamento retrógrado e sem empatia for o preço que eu tiver que pagar até chegar onde quero, que seja. Não deixe que as coisas ruins te desvie do caminho que você está trilhando. O seu trabalho deve estar em equilíbrio com sua vida pessoal, nunca acima. Penso como você e desejo que em breve você seja uma dev de sucesso, com uma liderança de qualidade, que saiba lidar de maneira efetiva com os recursos humanos.

Olá Camila! Obrigada por compartilhar sua experiência de vida e sua volta por cima, com seu pensamento. Um ambiente de trabalho com liderança que não exerce bem o seu papel, ao lidar com a equipe, é mesmo difícil. Nossas próprias atitides e reações (que partem de um trabalho mental e emocional, interno), é que nos permitem seguir adiante e evoluir! Algo que aprendi, que aos poucos fui colocando em minha forma de pensar e agir, é: as pessoas não vão mudar suas palavras e ações diante de nós; assim, nós que temos que mudar a forma de reagir ao que fazem conosco! E eu mudei minha forma de reagir, não deixo mais que me atinjam e também não entro em atrito, mesmo contestando. Minha autoestima profissional está bem, estou aberta a aprender e a receber feedbacks de orientação, e tenho recebido reconhecimento de equipes com as quais trabalho (colegas e chefes), o que me dá segurança de estar no caminho certo. Não mudei a forma de trabalho e nem meu empenho (sempre me dediquei a realizar um ótimo trabalho e meu desânimo anterior, já superado, não mudou isso). Ainda assim, minha forma de reação fez a chefia também ter algum reconhecimento, em alguns momentos, me dando novos desafios, que me estimularam ainda mais, mesmo essa chefia não mudando o pensamento sobre dedicação além do tempo e outros fora da realidade do trabalho (contestadas também pelos colegas). Enfim, encontrei um equilíbrio na minha mudança de reação, não deixando "o quem tirar o foco do quê".Também estou na torcida por você, Camila! Sucesso!