Olá Matheus,
Estou empenhada em sanar sua dúvida, então vou tentar trazer minha experiência como UXer de produtos mobiles, para deixar a explicação mais próxima, ok?
Recentemente desenvolvi um aplicativo, na consultoria em que sou consultora de UX (consultoria, consultora, rs) e tínhamos o seguinte desafio: desenvolver um aplicativo mobile para pré vestibulandos (aquela galerinha que está no terceiro ano ou no cursinho pré vestibular).
O cliente nos procurou com diversas telas do app, que eles focaram em uma determinada região do norte do Brasil em alunos de 13 anos (e não nos pré vestibulandos que era o objetivo atual deles). Com isso, eles tinham mascotes (um tanto quanto infantis) e aí como apresentar os mesmos elementos infantilizados para esses alunos de 17 ou 17+? O público era diferente, o tempo era curto, então procuramos informações nas escolas e nos cursinhos, e pesquisas referentes a região de SP e a geração de 17+, com base também em depoimentos de alunos de cursinho. Fomos observar também os "adolescentes" em portas de cursinhos e criamos então as proto personas.
Por que falar desse exemplo? Vamos lá:
Perceba aqui, que observamos, mas que não conversamos efetivamente com ninguém, fizemos tudo baseado em observação e pesquisas secundárias. Quando pensamos em proto personas, pense em um caso como esse mencionado acima, que utilizamos as proto personas para nos aproximarmos mais do mundo real, mas que só saberemos se acertamos mesmo, ao testar. Muitas empresas estão utilizando proto personas e não personas, pois ganha-se agilidade no processo, gastamos menos dinheiro (startups tem trabalhado bastante assim).
Já quando falamos de personas, estamos pegando um "aglomerado" de características similares de diversas pessoas entrevistas e fazendo o "resumo" disso.
Então por que o Natan colocou coisas como a pessoa ser criativa ou piadista ou impaciente?
No caso do exemplo do Natan, algumas decisões podem ser tomadas com base nessas características, por exemplo:
Proto persona criativa = em um App de viagem, o usuário toparia criar o próprio roteiro de viagem pelo continente africano (e para isso, criaríamos um local que ele pode fazer isso, salvar, compartilhar, editar, sugerir para outros usuários);
Proto persona piadista = você pode usar o microcopy mais informal com ele;
Proto persona impaciente = o usuário não quer esperar muito tempo para o App carregar;
Não acredito que você tenha uma visão limitada, pois se tivesse, não teria vindo até o fórum :)
O que eu enxergo na sua dúvida é algo absolutamente normal, de quem está começando a trabalhar com UX.
Vez ou outra, no início, você ou um cliente podem acreditar que podem pular a etapa da persona... Mas eu costumo associar, nas minhas aulas, que ao pularmos a persona, estamos desenvolvendo o produto que queremos sem pensar que alguém pode utiliza-lo. Estamos fazendo o produto pra gente e não pro usuário.
Sem a persona, não criamos empatia com o público.
Uma empresa que trabalha UX de uma forma bem legal e pensa bastante nessa ideia de público, e que utiliza muito persona, é o NUBANK. Dá uma olhada no relacionamento deles com o público, é bem bacana, os caras realmente se envolvem e tentam literalmente olharem como esse cliente, essas "personas", com o atendimento personalizado que eles dão.
Será que estamos chegando próximo de sanar sua dúvida? Me deixe saber :)