Criptografia em dispositivos médicos inteligentes: panorama no Brasil e no mundo.
Por Ricardo Costa Val do Rosario auxiliado por Microsoft CoPilot 365
Resumo
- A crescente adoção de dispositivos médicos inteligentes (DM IA) traz benefícios significativos para o
monitoramento remoto de pacientes, análise de Big Data em saúde e práticas de telemedicina.
- Contudo, o Brasil encontra-se atrasado em relação ao cenário internacional, especialmente na
implementação de mecanismos criptográficos robustos.
- Este artigo discute o panorama atual, apresenta exemplos práticos de aplicação da criptografia em
três contextos distintos e explora desafios e perspectivas futuras.
- Palavras-chave: Criptografia, IoMT, Big Data, Telemedicina, Segurança da Informação, LGPD.
Cenário Global e Brasileiro
1. Internacional:
- Países como Estados Unidos, Alemanha e Japão já avançam em protocolos de segurança para DM IA,
integrando criptografia de ponta a ponta em sistemas de Internet das Coisas Médica (IoMT), Big Data
em saúde e telemedicina.
- Normas como HIPAA (EUA) e GDPR (Europa) estabelecem padrões rígidos de proteção de dados.
2. Brasil:
- Apesar de avanços regulatórios com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), o país ainda enfrenta
atrasos significativos na implementação prática de criptografia robusta em dispositivos médicos.
- Hospitais e clínicas frequentemente utilizam sistemas legados sem mecanismos adequados de proteção,
expondo dados sensíveis a riscos de interceptação e adulteração.
Criptografia em Dispositivos Médicos Inteligentes
2.1 Transmissão de Dados Médicos em Redes IoT (M2M Communication)
1. Exemplo: Monitores cardíacos inteligentes que enviam dados em tempo real para uma
central hospitalar.
2. Risco: Sem criptografia, hackers podem interceptar ou adulterar sinais vitais.
3. Solução: Protocolos como TLS/SSL e criptografia simétrica (AES) garantem confidencialidade e
integridade na comunicação máquina-a-máquina.
Exemplo de criptografia AES para IoT (Python)
from Crypto.Cipher import AES
import os
# Chave secreta de 16 bytes
key = os.urandom(16)
cipher = AES.new(key, AES.MODE_EAX)
# Dados médicos simulados
dados = b"ECG: 85 bpm, Pressao: 120/80"
# Criptografando
ciphertext, tag = cipher.encrypt_and_digest(dados)
print("Mensagem criptografada:", ciphertext)
2.2 Big Data Médica em Cloud Computing
1. Exemplo: Hospitais que armazenam milhões de registros médicos em nuvens públicas ou
híbridas.
2. Risco: Vazamento de dados sensíveis em ataques a servidores cloud.
3. Solução: Criptografia homomórfica e técnicas de tokenização permitem análise de dados
sem expor informações originais, conciliando segurança e usabilidade.
Exemplo simplificado de criptografia homomórfica (Pyfhel)
from Pyfhel import Pyfhel
HE = Pyfhel()
HE.contextGen(p=65537)
HE.keyGen()
# Dados médicos simulados
pressao = 120
colesterol = 200
# Criptografando
c_pressao = HE.encryptInt(pressao)
c_colesterol = HE.encryptInt(colesterol)
# Operação homomórfica (soma)
c_total = c_pressao + c_colesterol
print("Resultado criptografado:", c_total)
print("Resultado decifrado:", HE.decryptInt(c_total))
2.3 Telemedicina e Prevenção de Adulteração de Mensagens
1. Exemplo: Consultas remotas em que laudos médicos são transmitidos
digitalmente.
2. Risco: Possibilidade de adulteração de prescrições ou diagnósticos durante a
transmissão.
3. Solução: Uso de assinaturas digitais (RSA, ECC) e blockchain para rastreabilidade,
garantindo que mensagens não sejam modificadas sem detecção.
Exemplo de assinatura digital RSA (Python)
from Crypto.PublicKey import RSA
from Crypto.Signature import pkcs1_15
from Crypto.Hash import SHA256
# Gerando chave RSA
key = RSA.generate(2048)
public_key = key.publickey()
mensagem = b"Laudo: paciente com arritmia leve"
hash_msg = SHA256.new(mensagem)
# Assinatura
assinatura = pkcs1_15.new(key).sign(hash_msg)
# Verificação
try:
pkcs1_15.new(public_key).verify(hash_msg, assinatura)
print("Mensagem autêntica e não adulterada.")
except (ValueError, TypeError):
print("Mensagem adulterada!")
3. Desafios Atuais
1. Infraestrutura defasada: Muitos hospitais brasileiros ainda operam com sistemas sem
suporte a criptografia avançada.
2. Custo e complexidade: Implementar soluções robustas exige investimentos altos e mão
de obra especializada.
3. Interoperabilidade: Dispositivos de diferentes fabricantes nem sempre seguem padrões
comuns de segurança.