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Contradições de um Design

Algum tempo atrás fiz um curso de UX/UI em outra plataforma, e nunca tinha desenvolvido meu portfólio, voltei a estudar na Alura, e aí comecei a me deparar com os questionamentos, pois iniciei meu portfólio e partir paras as pesquisas e entrevistas, até começar a produzir o primeiro protótipo. Encontrei algumas dores, e creio que soluções também! O que vocês acham desse artigo que fiz, vocês concordam com ele? Gostariam de acrescentar algo?

Desenvolvi esse artigo que se encontra no LinkedIn, justamente para obter mais insights. ( usei IA's para auxiliar na criação )

Ao desenvolver um aplicativo de transporte, inspirado na simplicidade da interface do Uber, percebi que mesmo soluções consideradas “perfeitas” podem falhar quando confrontadas com o comportamento real do usuário. Um exemplo claro foi a solicitação recorrente de um botão adicional — “Viagem com mais de uma parada” — logo abaixo do campo de destino.

A princípio, isso parecia contrariar a Lei de Hick, que recomenda reduzir o número de escolhas para facilitar decisões. Mas o que os usuários estavam pedindo não era mais opções — era mais clareza.

Quando o Design Precisa Ouvir Mais do que Ensinar

A função de múltiplos destinos já existia, mas estava escondida em um fluxo que exigia abstração ou memória. O botão extra, longe de aumentar a carga cognitiva, reduzia a incerteza e tornava a ação mais visível.

Esse é o princípio de Reconhecimento em vez de Memorização em ação — uma heurística de Nielsen que se torna ainda mais importante em contextos de baixa cognição.

O Vício Digital é Economia Cognitiva

Muitos chamam de “preguiça digital”. Eu prefiro chamar de economia cognitiva.

O cérebro humano é biologicamente programado para evitar esforço desnecessário. Quando o usuário encontra um caminho mais curto, ele quer repeti-lo. Quando não encontra, ele pede que você o crie.

Esse comportamento não é sinal de fraqueza — é sinal de maturidade do produto. O usuário está moldando o design com base em uso real. E isso é ouro para qualquer UX Designer.

**O Papel do Designer Cognitivamente Responsável **

O designer não é um guardião de regras. Ele é um mediador entre teoria e realidade.

Seu papel é:

• Conhecer os princípios clássicos.

• Questioná-los quando necessário.

• Adaptá-los ao contexto cognitivo, cultural e emocional do seu público.

Isso exige humildade, escuta ativa e testes constantes com usuários reais — especialmente os mais desafiadores.

Conclusão: O Design que Funciona é o que se Adapta

Um bom design não é aquele que segue todas as leis à risca.

É aquele que funciona para quem mais precisa dele.

A inclusão cognitiva é o próximo grande desafio do UX Design — e começa com a coragem de questionar o que antes era considerado inquestionável.

Considerações Finais

Embora minha pesquisa não tenha alcançado a abrangência que eu inicialmente almejava — o que representa, sem dúvida, minha maior frustração neste projeto — os aprendizados obtidos com os usuários entrevistados, tanto por meio de pesquisa quanto em conversas presenciais, são valiosos demais para serem ignorados.

Cada insight revelado por esses participantes representa um reflexo da realidade cognitiva que enfrentamos no Brasil, e reforça a necessidade de um design mais empático, acessível e adaptado ao nosso contexto.

Este artigo, portanto, não deve ser visto como uma conclusão definitiva, mas como um ponto de partida. No futuro, pretendo ampliar essa investigação com uma base mais robusta e representativa, aprofundando ainda mais a relação entre*** UX Design*** e os limites cognitivos da população brasileira.

A jornada está apenas começando — e o design que queremos construir precisa ouvir, adaptar e evoluir com quem mais precisa dele.

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QUERO APROVEITAR
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Olá, Lucélio, como vai?

Seu artigo traz reflexões muito maduras sobre o papel do design em relação ao comportamento real do usuário. A análise do botão de múltiplas paradas exemplifica bem como princípios clássicos, como a Lei de Hick, podem precisar de adaptação quando confrontados com necessidades práticas. Esse tipo de raciocínio mostra sensibilidade para equilibrar teoria e empatia, algo essencial em UX.

Gostei especialmente de como você destacou a importância da heurística de reconhecimento em vez de memorização. Um exemplo interessante que complementa seu raciocínio seria o uso de ícones e labels claros em aplicativos bancários. Muitos bancos simplificaram seus fluxos ao colocar “Transferir” e “Pagar” como ações separadas na tela inicial, mesmo que ambos os botões levem a processos semelhantes. Isso reduz a frustração e a dúvida do usuário, reforçando a clareza sem comprometer a eficiência.

Talvez você possa expandir a discussão sobre “inclusão cognitiva” mencionando testes com públicos diversos, pessoas idosas, com baixo letramento digital ou em contextos de estresse. Mostrar resultados ou hipóteses sobre como diferentes perfis percebem o mesmo fluxo daria ainda mais força à sua conclusão sobre design adaptativo.

Parabéns pelo artigo e pela reflexão profunda sobre o papel do designer como mediador. Continue compartilhando seus aprendizados, o fórum está à disposição para acompanhar essa jornada e trocar experiências.

Alura Conte com o apoio da comunidade Alura na sua jornada. Abraços e bons estudos!