Se tem uma frase que todo mundo já ouviu é que “comer saudável é caro”. Mas será que isso é mesmo verdade? A vida entre 20 e 25 anos já é cheia de desafios: faculdade, estágio, trabalho, contas, vida social… e no meio disso tudo, parece muito mais prático pedir um lanche, recorrer ao delivery ou esquentar algo congelado. É rápido, parece barato na hora e tira a preocupação de cozinhar. Mas o que ninguém conta é que essa conta chega — seja no bolso, seja na disposição, seja na saúde. O ponto é: comer bem não precisa ser complicado nem caro. Não se trata de montar um prato digno de Instagram com ingredientes difíceis de achar, mas sim de aprender a enxergar valor no que já faz parte do dia a dia. Aquele feijão que sua mãe ou sua avó sempre insistiram em colocar no prato, por exemplo, é pura proteína vegetal e superacessível. O ovo, que muitos consideram “comida de emergência”, é, na verdade, uma das melhores fontes de nutrientes, versátil e barato. A partir do momento em que você entende isso, fica bem mais fácil montar refeições saudáveis sem gastar rios de dinheiro.
O barato que sustenta
Existe uma ideia equivocada de que para comer de forma saudável é preciso encher a geladeira de produtos “fit”, barrinhas de proteína caríssimas ou suplementos que prometem milagres. Só que, na prática, o que funciona é muito mais simples — e, muitas vezes, já está no carrinho de compras. O combo arroz e feijão, por exemplo, é considerado uma refeição completa por nutricionistas porque reúne proteína, fibras, ferro e energia em uma combinação perfeita. E tudo isso com um custo baixíssimo.
Os legumes também são grandes aliados. Cenoura, abobrinha, batata-doce e abóbora são exemplos de alimentos que rendem bastante, podem ser usados de várias formas (assados, refogados, cozidos ou em sopas) e custam menos quando comprados da estação. E não podemos esquecer das frutas. Pode até parecer que elas pesam no orçamento, mas, escolhendo as que estão na safra, o preço cai bastante. Além disso, são práticas, já vêm “embaladas pela natureza” e funcionam bem como lanches rápidos para levar na mochila. O segredo está em planejar: se você for ao mercado uma vez por semana e escolher bem, vai perceber que dá para encher a sacola de coisas nutritivas gastando muito menos do que em duas idas ao fast food.
Receitas rápidas para a rotina corrida
Na correria do dia a dia, ninguém tem tempo ou disposição para virar chef de cozinha. Pense, por exemplo, no omelete. Muita gente encara como “comida de improviso”, mas ele pode ser facilmente transformado em um prato principal completo. Imagine bater dois ovos, picar um tomate pequeno, meia cebola e umas folhas de espinafre. É só temperar com sal, pimenta e um fio de azeite na frigideira. Em poucos minutos, você tem uma refeição rica em proteínas, fibras e sabor, que combina com um arroz simples ou até um pão integral. É rápido, barato e dá para variar os ingredientes de acordo com o que sobrou na geladeira.
Outro truque é brincar com o arroz, que costuma ser a base do prato de muita gente. Em vez de deixar ele “sem graça”, dá para preparar um arroz colorido. O processo é quase o mesmo: cozinhe o arroz normalmente e, quando estiver quase pronto, acrescente cenoura ralada e um punhado de milho já cozido. A mágica acontece porque esses ingredientes trazem cor, textura e nutrientes extras, sem exigir nada além de misturar no final. O prato, que seria só acompanhamento, ganha uma cara nova e pode até ser a estrela da refeição, especialmente se vier acompanhado de uma salada.
Agora, se a ideia é um lanche prático que fuja um pouco do óbvio, o homus caseiro é uma ótima pedida. O nome pode até soar sofisticado, mas, na prática, é bem simples: cozinhe o grão-de-bico até ficar macio, bata no liquidificador com alho, azeite, limão e um toque de sal. O resultado é uma pasta cremosa, cheia de sabor e que combina com tudo. Você pode passar no pão, usar como molho em sanduíches ou até acompanhar palitinhos de legumes, como cenoura e pepino.
E, para os momentos em que bate aquela fome fora de hora, nada melhor do que apostar em combinações doces e leves. Um iogurte natural com frutas da estação cortadas em pedaços e um fio de mel é o tipo de lanche que não precisa de receita: é só montar. Se quiser variar, pode adicionar aveia ou granola, que deixam mais crocante e aumentam a sensação de saciedade.
Comer bem é autocuidado
O segredo não está em seguir dietas mirabolantes, mas em adaptar receitas simples à sua rotina. Comer saudável não precisa ser caro nem complicado; pode ser, sim, uma forma de criatividade e cuidado consigo mesmo.
No fim das contas, cada refeição feita com atenção é um investimento na sua energia, no seu humor e no seu futuro. E convenhamos: entre boletos, provas e o corre do dia a dia, a gente precisa de toda energia possível.