Sempre gostei de música. Comecei a tocar violão com meus primos e tios. Depois, me encantei pelo piano e comecei a tocar de ouvido e a compor. Então, aos 13 anos comecei a estudar piano e teoria musical com uma professora particular da minha cidade e a paixão só fez crescer. Só que sempre tive muita facilidade com a parte teórica e a necessidade de muita repetição para que as músicas fossem executadas era algo bastante cansativo, então eu dizia que preferia estudar teoria e levei isso por muitos anos... Mas hoje percebo que era uma forma de evitar o estresse. Mais tarde, no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de Janeiro, minha professora de interpretação disse que seria melhor eu me dedicar um pouco mais ao piano e que deixasse um pouco de lado a composição e o violão. Isso, aliado ao fato de já ter uns 19 ou 20 anos e, nessa idade, normalmente os pianistas já estão muito à frente de onde me encontrava, era a desculpa que eu precisava para uma decisão da qual me arrependo um bocado até hoje: desisti de ser um pianista alegando não admitir abrir mão de compor ou estudar violão. Apenas outra forma de fugir e me manter na zona de conforto. Sei que existem outros fatores por trás dessa história toda, mas podemos ver aqui o quanto o autoconhecimento e uma boa orientação podem fazer a diferença na vida das pessoas.